Atentado contra promotor em MG é 'agressão ao estado', diz secretário
Julianno Aparecido de Oliveira é suspeito de tentar matar o promotor Marcos Vinícius Ribeiro Cunha (Foto: Tábata Poline/G1) |
Segundo a Polícia Militar, um motociclista se aproximou e atirou 15 vezes na traseira do veículo. O promotor sofreu perfurações no pulmão e nos rins. Ele está internado no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Santa Clara, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
O secretário de estado de defesa social, Bernardo Santana, disse que, graças a uma força-tarefa entre polícias Militar e Civil, além do Ministério Público, dois suspeitos foram presos em menos de 24 horas depois do crime.
"Essa agressão é encarada como uma agressão ao estado. Esse ato e essa determinação de todos, que só é possível com uma ação conjunta, visa também coibir e dar um recado muito claro de que o estado de Minas Gerais não admite na sua luta pela segurança, na sua luta pela busca da legalidade, a agressão às forças envolvidas nos nossos sistemas de defesa social", disse o secretário.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Wilton José Fernandes, Julianno confessou ter atirado na vítima.
"Já havia uma suspeita com relação a esse indivíduo. Possivelmente, ele estava ameçando o promotor anteriormente devido às ações movidas pelo Ministério Público contra o pai do acusado em 2013. A participação do ex-vereador ainda precisa ser esclarecida. O inquérito prossegue e as investigações continuam para esclarecer a situação”, disse o delegado.
Ainda de acordo com Wilton José Fernandes, o suspeito retorna ainda nesta segunda-feira a Monte Carmelo, local onde o pai dele está detido.
Entenda o caso
O crime ocorreu por volta das 20h deste sábado em frente à sede da Promotoria, onde Marcos Vinícius Ribeiro Cunha trabalhava no plantão. Segundo informações da PM, ele saía do local quando um motociclista se aproximou e efetuou 15 disparos na traseira do veículo dele. Três atingiram as costas do promotor, que teve perfurações no pulmão e rins. O promotor ainda conseguiu sair do veículo quando possivelmente também foi atingido.
A perícia foi feita, porém o laudo ainda não foi entregue ao delegado. “Durante a madrugada deste domingo foram feitas várias diligências e oitivas em comércios e prédios próximos para conseguir informações e imagens de videomonitoramento. As imagens verificadas apontaram o suspeito”, revelou.
Suspeitos
O suspeito é o filho de um ex-vereador de Monte Carmelo, Julianno Aparecido de Oliveira, de 22 anos. A polícia foi até a residência dele, em Romaria, e realizou buscas. Foram encontradas a motocicleta e uma pistola calibre 32. O jovem foi detido.
Ainda durante a madrugada de domingo, o ex-vereador e pai do suspeito, Valdelei José de Oliveira, de 49 anos, apresentou-se e negou participação do filho no crime. Segundo a polícia, ele é o principal interessado na morte do promotor. O ex-vereador também foi detido. Inicialmente, em depoimento, eles negaram envolvimento no crime. “Oitivas, provas periciais e outros elementos no local nos dão convicção de que foram eles”, afrimou o delegado.
Nota da Procuradoria Geral da República
O Ministério Público da União (MPU) divulgou nota em que manifesta consternação com o atentado sofrido pelo promotor de Justiça. O procurador geral da República, Rodrigo Janot, orientou dois procuradores da República sediados em Uberlândia a prestarem todo apoio institucional.
"Com base nas informações policiais iniciais, o episódio demonstra como os agentes públicos que se dedicam ao combate à corrupção e desvios de dinheiro da população estão vulneráveis às reações violentas de pessoas que são flagradas cometendo crimes, seja no âmbito municipal, estadual ou federal", diz a nota.
Fonte: G1
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