O sistema prisional e o crime
Não dá para falar em combater o crime sem antes acabar de uma vez por
todas com o uso de smartphones na penitenciária Professor Aluízio
Ignácio de Oliveira, onde um simples aparelho é vendido por até R$ 2,5
mil. Marginais estão comandando assassinatos, assaltos, furtos,
extorsões (através de golpes, como, por exemplo, falso sequestro, pedido
de pagamento de fiança e sequestro de veículos), compra (até no
exterior), venda e distribuição de drogas de
dentro das confortáveis e vigiadas celas da penitenciária de Uberaba. É
de lá e por smartphones que também saem ordens de execução, como
possivelmente aconteceu com a agente penitenciária Vivian Cristina
Medeiros, assassinada com 11 tiros em 31 de julho passado. Também é de
dentro da penitenciária que saem ordens para ataques a policiais e
agentes penitenciários. A história mostra que só as revistas, por mais
que sejam rigorosas, não bastam e não funcionam. E isso não é um
problema de polícia e sim de política. Falta interesse político.
Bandidos com um simples aparelho “jammer”, também conhecido como
“capeta” ou “capetinha”, bloqueiam sinais de celular, GPS e wifi em uma
área de até 20 metros quadrados. Os marginais usam a engenhoca,
adquirida facilmente pela internet por menos de R$ 300, no roubo de
caminhões, carga e veículos de luxo. Então por que não instalar uma
série destes aparelhos ao redor da penitenciária? É claro que pode
interferir na comunicação de pessoas que moram na região, mas isso pode
ser facilmente resolvido com telefones fixos. Como já acontece em vários
locais da cidade, precisamos fazer a região da penitenciária uma área
onde aparelhos celulares, smartphone, internet wifi não funcionem. É uma
questão de Segurança Pública, onde o interesse principal é da
coletividade, que sempre deve sobrepor aos interesses individuais. O que
falta não é ação policial, e sim ação política.
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