terça-feira, 25 de novembro de 2014

Quadrilha presa na operação ‘Krull’ tinha parte da base em JF

Empresário de Matias e sua filha seriam responsáveis por administrar bens do traficante Cabecinha, principal investigado na ação

Olavo Prazeres
Polícia Federal desencadeou operação “Krull” em várias cidades, entre elas Juiz de Fora

Polícia Federal desencadeou operação “Krull” em várias cidades, entre elas Juiz de Fora
Atualizada às 19h38
A Polícia Federal desencadeou nesta terça-feira (25) uma operação para desarticular uma quadrilha de tráfico internacional de drogas, que montou parte de sua base operacional em Juiz de Fora. O grupo movimentava uma tonelada de pasta base de cocaína por mês, o equivalente a cerca de R$ 14 milhões. Treze pessoas foram presas em Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. Entre elas estão um empresário de Matias Barbosa e sua filha, que seriam os responsáveis por administrar os bens que o traficante José Severino da Silva, o Cabecinha, 45 anos, adquiriu em Juiz de Fora. Cabecinha é o alvo principal da operação. O nome dos demais presos não foram divulgados. De acordo com a Polícia Federal, o traficante era um dos principais fornecedores de drogas para a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e de Peterson Pereira Monteiro, conhecido como Zói, um dos irmãos “Metralha”.
Conforme a Polícia Federal, em meados de 2011, Cabecinha foi beneficiado com o regime aberto e teria que cumprir pena em Juiz de Fora, onde conseguiu poderio econômico. “Na cidade, ele criou uma estrutura fraudulenta, com lavagem de dinheiro e abertura de uma empresa de fachada, onde ele simulava trabalhar para ludibriar a Justiça, já que, na verdade, ficava em Iturama, município do Triângulo Mineiro, onde continuou a traficar”, disse a delegada chefe de Uberaba, Karen Cristina Dumber.
Porém, segundo ela, Cabecinha chegou a morar em Juiz de Fora com a esposa, onde contava também com o apoio logístico de Peterson, um de seus maiores compradores. A manobra desta terça, batizada de “Krull”, foi feita de maneira paralela com a “Athos”, desencadeada em junho e que prendeu um juiz, empresários e traficante de Juiz de Fora. “Desta vez, nossos alvos foram os armazenadores de drogas, outros compradores e pessoas ligadas ao suspeito. Em Juiz de Fora, ele tinha uma rede de contatos que o ajudava a gerir seus empreendimentos”, disse a delegada, acrescentando que outras prisões devem ocorrer na cidade.
José Severino da Silva está preso desde abril deste ano na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, após ser flagrado pela Polícia Militar na região do Triângulo Mineiro, com um carregamento de drogas vindas de avião da Bolívia, que, conforme a PF, seria trazido para Juiz de Fora.

Rota do tráfico
As investigações da Polícia Federal, que duraram cerca de um ano e meio, apontaram que a quadrilha adquiria a cocaína na Bolívia e a trazia para o Brasil em aeronaves. Ela utilizava pistas de pouso localizadas nas divisas entre os estados de Minas Gerais e Goiás. A droga também era transportada por terra, entrando no Brasil por Corumbá (MS).
Depois de entregue, o entorpecente era armazenado e, posteriormente, transportado em veículos com compartimentos ocultos até os compradores finais em São Paulo e Rio de Janeiro.

Assaltante do BC
Um dos grandes compradores de drogas da quadrilha foi preso nesta terça. O suspeito ficou conhecido pelo envolvimento no furto de mais de R$ 160 milhões do Banco Central, em Fortaleza (CE), em 2005, o maior na história do país. Ele vivia em liberdade provisória e, para a Polícia Federal, abastecia diversas comunidades de São Paulo, como a favela de Paraisópolis, a segunda maior do estado. Durante as apurações, foram presas em flagrante 16 pessoas e apreendidos 721kg de cocaína, cerca de R$ 400 mil e US$ 400 mil. Também foram aprendidos carros de luxo e armas.

Fonte: Tribuna

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