sexta-feira, 13 de março de 2015

Polícia usa Facebook para atrair suspeito de estupro

Polícia usa perfil 'fake' para prender homem que se passava por delegado e abusava de mulheres


Por SANDRA ZANELLA
Suspeito foi preso em um ponto movimentado no Alto dos Passos
Suspeito foi preso em um ponto movimentado no Alto dos Passos

Depois de atrair vítimas por meio de redes sociais se passando por delegado, um homem, 33 anos, suspeito de crime de estupro, acabou caindo em um perfil “fake” criado pela própria Polícia Civil no Facebook e foi preso em um encontro armado, no final da tarde de quarta-feira, em um dos pontos mais movimentados do Bairro Alto dos Passos, Zona Sul. A investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher partiu de dois boletins de ocorrência registrados por mulheres que foram abusadas pelo suspeito em encontros marcados pela internet. Apesar de terem conseguido escapar do ato sexual propriamente dito, as vítimas foram ameaçadas, agredidas, inclusive com tapas no rosto, e abusadas sexualmente pelo homem. A delegada responsável pelo caso, Ângela Fellet, acredita que outras pessoas podem ter sido violentadas pelo suspeito e faz um alerta: “Não se deve marcar encontros com desconhecidos, principalmente por meio de redes sociais, já que, por trás dos perfis criados, podem estar verdadeiros criminosos.”
O homem preso desta vez é morador de Leopoldina (MG) e usou seu próprio nome e foto no perfil, mas fingiu ser um delegado de polícia nas conversas mantidas, escondendo sua profissão de representante comercial de remédios veterinários. Desta forma, ele conseguiu iscar pelo menos duas vítimas. Uma delas é uma mulher, 29, moradora de Juiz de Fora. Segundo a delegada, o crime ocorreu no dia 10 de novembro quando, após combinar encontro com o homem, a vítima foi levada no carro que ele usava, um Hyundai Accent, para uma estrada vicinal às margens da BR-267. “Nesse caso, a mulher conseguiu tirar a chave da ignição do veículo e quebrar o vidro da janela do carro para escapar”, contou Ângela Fellet.
Menos de dois meses antes, no dia 14 de setembro, outra vítima, 27, já havia passado por situação semelhante, só que no município de Miraí, a cerca de 150 quilômetros de Juiz de Fora próximo a Leopoldina. Nesse caso, também não houve conjunção carnal, porque a mulher conseguiu ludibriar o suspeito, fazendo-o mudar de lugar e o guiando até um sítio da família, onde ele teria se sentido ameaçado e desistido de manter relação sexual à força.
Agressões físicas
Segundo Ângela Fellet, o perfil “fake” no Facebook foi feito pela Polícia Civil para ganhar a confiança do suspeito e atraí-lo para um encontro com uma suposta vítima que, na realidade, era uma policial. O homem estava em um Fiat Prêmio e demonstrou surpresa com a prisão, embora tenha admitido em seguida que se passava por delegado para conquistar as vítimas.
“Ele agia com o mesmo modus operandi para aliciar as mulheres por meio de redes sociais e usava um carro para levá-las a locais ermos. Ele abusava das vítimas e usava agressões físicas para conseguir conjunção carnal, mas, graças a Deus, nesses dois casos não conseguiu”, observou a delegada. Segundo ela, o reconhecimento do suspeito foi feito por meio de fotografias. “Vamos concluir o inquérito e indiciá-lo pelo crime de estupro.”
Ângela lembrou que, com a mudança da lei em 2009, qualquer ato libidinoso mediante constrangimento, violência ou grave ameaça passou a ser considerado estupro, mesmo sem haver conjunção carnal. A pena varia entre seis e dez anos de reclusão. A delegada reforçou os cuidados que as pessoas devem ter: “Jamais marque encontro por redes sociais. Nesse caso, ele dizia que era delegado de polícia, mas, na realidade, era uma pessoa que praticava estupro. Também não se deve aceitar carona ou sair com estranhos. Se estiver andando na rua e perceber que está sendo seguida, entre em um estabelecimento comercial”, orientou.
Em dezembro do ano passado, um homem, 34, foi morto a golpes de faca no pescoço em um apartamento na Avenida Olegário Maciel, região central, após marcar um encontro pela internet. Um adolescente de 15 anos foi flagrado no imóvel e confessou o crime.

Fonte: Tribuna

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