sexta-feira, 19 de junho de 2015

Advogado suspeito de liderar rede de tráfico

Homem é apontado como responsável por articular distribuição de drogas em JF e região
 
Por MICHELE MEIRELES
Delegados Flávio Albergaria e Carlos Henrique Macedo, da Polícia Federal, e Daniel Araújo, da Policia Civil, participaram da operação, após três meses de investigação


Delegados Flávio Albergaria e Carlos Henrique Macedo, da Polícia Federal, e Daniel Araújo, da Policia Civil, participaram da operação, após três meses de investigação
Um advogado de 37 anos que atuava na área criminal foi preso em Juiz de Fora ontem por suspeita de comandar um grupo criminoso responsável pela distribuição de elevadas quantidades de drogas no município e ainda nas cidades de Cataguases, Leopoldina e Ubá. O homem, que não teve a identidade revelada porque as investigações correm em segredo de Justiça, trabalhava em escritório no Centro e foi preso em sua casa, no Bairro Parque Independência, Zona Nordeste. Ele é apontado como o responsável por articular o recebimento e a distribuição de maconha e pasta base de cocaína, que vinham de São Paulo. A operação, batizada de “Teia”, demonstra que Juiz de Fora continua a ser um importante entreposto para carregamentos de drogas, como já demonstrado em outras manobras policiais.
A ação de ontem foi articulada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), composta por equipes da Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Militar, vindas de Belo Horizonte e que trabalham de forma integrada e permanente. A operação foi deflagrada simultaneamente em Juiz de Fora, Ubá, Cataguases e Leopoldina. Mais de 50 policiais participaram da ação e cumpriram 13 mandados de busca e apreensão e nove de prisão preventiva, mas apenas cinco suspeitos foram capturados. Duas prisões foram em Cataguases, uma em Ubá e duas em Juiz de Fora.
Conforme informações dos delegados da Ficco, os suspeitos já vinham sendo investigados há três meses. Durante as apurações, policiais federais de Juiz de Fora conseguiram interceptar cerca de 20kg de drogas pertencentes ao grupo. No dia 15 de abril, cerca de 2kg de entorpecente foram apreendidos em uma casa no Centro. Uma pessoa foi presa. Três dias depois, um carro, de propriedade do advogado, com 18kg de maconha, foi apreendido em um posto de combustível no km 81 da BR-267. Três pessoas foram presas na ocasião. “A partir destas ações, transmitimos informações para a Ficco, que fez a investigação. Não encerramos a ação na prisão do transportador da droga, conseguimos chegar ao cabeça do grupo”, ponderou o chefe da delegacia de Juiz de Fora, Carlos Henrique Macedo.
O delegado da Polícia Federal, Flávio Albergaria, destacou que, durante as investigações, ficou claro que “o advogado atuava ativamente no tráfico de drogas, não se limitava a defender seus clientes e era o mentor intelectual do grupo. Além do mandado de prisão preventiva contra ele, encontramos hoje (ontem) um revólver calibre 38 em seu carro, o que indica que usava a arma no dia a dia”.
Os outros detidos atuavam na distribuição e no transporte dos entorpecentes. Conforme a polícia, foram apreendidos dois carros e uma moto. O presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/Juiz de Fora), Denilson Closato, disse que “é lamentável ver um advogado sendo preso. Ele era inscrito na OAB e foi acompanhado por garantias constitucionais e legais. Aguardamos agora o desfecho do processo”, comentou.
O delegado da Polícia Civil Daniel Araújo informou que cartórios de Juiz de Fora, Ubá, Cataguases e Leopoldina foram oficiados por determinação judicial. “Caso tenha algum bem no nome dos investigados, eles serão sequestrados. Ainda serão cumpridos os mandados que ficaram em aberto. A continuidade da ação de hoje será por meio de outras operações”, pontuou, acrescentando que o primeiro trabalho da Ficco foi muito positivo. Os suspeitos detidos foram levados para o Ceresp e vão responder por associação para o tráfico e tráfico de drogas.

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