Deputado Noraldino Júnior questiona transferência de presos para JF

 A crise no sistema penitenciário em Minas Gerais tem ficado mais caótica a cada dia. A situação se agravou no último fim de semana com uma rebelião no presídio de Governador Valadares, que deixou o local interditado e culminou na transferência de mais de 800 presos para outras cidades, inclusive Juiz de Fora, que recebeu mais 170 detentos. O problema é que nossa cidade é mais uma em situação crítica: mais de 800 presos em uma unidade com capacidade para 332 acautelados. Estima-se que de 20 a 25 presos ocupam celas com cerca de 12 metros quadrados no Ceresp.

Por isso, encaminhei ontem à Secretaria de Estado de Defesa Social pedido de providências e informações acerca da transferência dos 170 detentos para Juiz de Fora no último dia 8, especificando: quais critérios foram levados em consideração para justificarem a transferência; quais as condições atuais da infraestrutura e da população carcerária na cidade; se foram avaliadas e atendidas as condições de salubridade dos detentos com este aumento; qual a contrapartida, em termos de estrutura, por exemplo, efetivo, que será oferecida para melhor atendimento da segurança da população da cidade diante do risco de motins e fugas.
Estive reunido agora pela manhã com o Secretário de Estado de Governo, Odair Cunha, quando apresentei a precariedade da estrutura carcerária de Juiz de Fora e o impacto da transferência desses detentos para a cidade. Segundo ele, dentro de aproximadamente 70 dias o Presídio de Governador Valadares estará reestruturado para receber novamente sua população carcerária. Mas meu Requerimento é para a imediata transferência dos presos que foram para Juiz de Fora para outra localidade. Já está agendada também uma reunião com o Secretário de Estado de Defesa Social, Bernardo Santana, no próximo dia 16, para tratar do assunto.
Não podemos ficar de braços cruzados diante de questões como essas. A situação caótica do sistema carcerário em Minas, com déficit de cerca de 26 mil vagas, trará sempre o risco iminente de novas rebeliões. Nossas cidades estão em situação de emergência. E o que vai ser feito para mudar isso?


Fonte: Facebook Noraldino Júnior