sábado, 6 de junho de 2015

Cinco detentos são atirados do telhado de presídio em Valadares


Durante o motim que teve início neste sábado (6) no Presídio de Governador Valadares, na região do Rio Doce, cinco detentos chegaram a ser atirados do telhado da unidade por presos rebelados. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) disse que os feridos não correm risco de morte.
Os detentos que estavam em uma área de isolamento, o chamado seguro, foram jogados de cima do prédio da unidade prisional entre 15h30 e 16h. Mais cedo, O TEMPO recebeu a denúncia de leitores de que os rebelados estariam ameaçando de atirar os presos lá de cima caso as reivindicações não fossem atendidas.
Pouco depois, a reportagem foi informada de que três detentos haviam sido jogados e que os presos rebelados não estariam permitindo que o Corpo de Bombeiros entrasse para socorrer. Apesar disso, a Seds informou que todos os cinco foram socorridos para um hospital da cidade. Agentes penitenciários da cidade divulgaram também uma foto de uma motocicleta sendo incendiada do lado de fora do presídio, alegando que os autores seriam familiares dos presos que abordaram um colega de trabalho no local.
FOTO: WEB REPÓRTER
rebelião valadares
Leitores enviaram foto de moto sendo incendiada do lado de fora do presídio
Ainda de acordo com a secretaria, até 14h havia notícia de apenas um preso ferido sem gravidade numa das pernas. "Não há agentes de segurança penitenciários feridos. Todos os acessos ao presídio estão bloqueados pelas forças de segurança pública e as negociações continuam. Não há constatação de mortes de outros presos por enquanto.
Por volta das 17h30, um grupo de cerca de 20 presos se entregaram às forças policiais e serão transferidos. O cerco será mantido pela PM e pelos agentes do sistema prisional e nenhuma ação será tomada antes da manhã do domingo, também conforme a Seds.
Mais cedo, a pasta divulgou que o motim foi iniciado com a quebra das grades das celas por presos dos blocos B e D, no início da manhã deste sábado, quando começava o horário de visitas. Aproximadamente às 13h30, os presos concordaram em abrir caminho para que o Corpo de Bombeiros começasse a combater o fogo dentro do presídio.
Os rebelados estão também liberando aos poucos os visitantes que permaneciam no interior da unidade. "Havia visitas num dos pátios (são dois). A situação evoluiu para rebelião com a tomada de outros pavilhões (são quatro) e da área administrativa que estão sendo destruídos pelos rebelados", dizia a nota divulgada.

Armas foram retiradas
Ainda conforme a Seds, todas as armas existentes no presídio foram retiradas do prédio e não há servidores da secretaria dentro das muralhas. O Grupo de Intervenção Rápida (GIR) do próprio presídio e a Polícia Militar estão no local. O Presídio de Governador Valadares estava com aproximadamente 800 presos e tem capacidade para 290.
"Por volta das 12h, um preso aproximou-se e disse que haveria disposição dos rebelados de negociar condições para o fim da rebelião. O major Fausto, do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar de Minas Gerais, está à frente das negociações no local", diz a nota.
Quando eram 13h a parte externa da unidade prisional já estava repleta de integrantes do GIR de Manhuaçu e Teófilo Otoni, além do Batalhão de Choque da PM, que garantiu a contenção junto às muralhas. "Agentes do Comando de Operações Especiais (Cope) do Sistema Prisional, sediados em Belo Horizonte, estão a caminho para agir em caso de necessidade de transferências de presos", afirma o texto.
Uma das reivindicações dos detentos era a presença de um juiz como condição para eles continuares negociando o fim do movimento rebelde. No início da tarde o juiz de Execuções Penais de Governador Valadares, Tiago Counagno Cabral, chegou ao presídio. Ele prometeu aos rebelados que analisaria a situação penal dos presos durante toda a tarde deste sábado, caso eles acabassem com o quebra-quebra do presídio.

Fonte: O Tempo

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