Casa de agente penitenciário é alvo de tiros em Itajubá; este é 7º ataque na região
O agente foi seguido por duas motos, quando
chegava em casa de carro. Um dos garupeiros atirou e atingiu a janela
da residência. O mês de março já registrou sete ataques no Sul de Minas
Luana Cruz
Mais uma casa de agente penitenciário foi alvo de tiros no fim da
noite de terça-feira em Itajubá, no Sul de Minas Gerais. Esse é o sétimo
ataque na região somente em março, sendo que a onda de violência
mobilizou as forças de segurança em Minas em uma investigação. Os
responsáveis pelos tiros em casa de carcereiros, presídios e incêndios
em coletivos ainda não foram presos. Segundo o delegado regional, Pedro
Henrique Rabelo Bezerra, alguns suspeitos já estão identificados e devem
ser capturados nos próximos dias. Ele não informou mais detalhes das
apurações que estão sob sigilo.
Por volta de 23h30 de
terça-feira, um agente penitenciário do Presídio de Itajubá seguia de
carro para casa, no Bairro Rebourgeon, e percebeu que era seguido por
duas motos. Quando estacionou na porta da residência, um dos garupas tirou
uma arma e disparou várias vezes contra o servidor, acertando a janela
da casa. O agente saiu rapidamente do carro e conseguiu entrar no imóvel
sem ser atingido. A PM foi acionada e encontrou uma marca de bala no
vidro, além de vestígios de munição na calçada.
No dia 7 de março, a polícia apreendeu três
menores, suspeitos de envolvimentos nos ataques, mas descartou a
participação deles. As investigações também descartaram a relação da
violência em Itajubá com a morte de nove criminosos durante uma ação
conjunta entre as polícias de Minas e São Paulo, no dia 23 de fevereiro.
Onda de violência
O primeiro dos sete
ataques aconteceu na madrugada de 4 de março quando o agente
penitenciário, que trabalha no Presídio de Santa Rita do Sapucaí, dormia
em casa no Bairro Vila Rubens, em Itajubá. Ele escutou disparos de arma
de fogo, esperou os tiros acabarem e quando saiu do imóvel, encontrou o
portão em chamas. Vizinhos ajudaram a apagar o incêndio e acionaram a
Polícia Militar (PM).
Conforme a PM, a perícia constatou seis
disparos de revólver calibre 38 no portão, muro e para-brisa do carro do
morador. Também foi constatado que o fogo começou com um coquetel
molotov, montado com uma garrafa de plástico e gasolina. Os militares
fizeram rastreamento para tentar prender os envolvidos, mas ninguém foi
encontrado.
O segundo caso foi por volta de 22h30 de 4 de março,
quando o motorista de um ônibus da Viação Valônia seguia pela Avenida
Wagner Lemos Machado, e foi surpreendido por vândalos na altura do
Bairro Jardim Colinas. Um homem deu sinal para o coletivo, se passando
por passageiro, mas ao entrar na porta da frente do veículo colocou um
capuz branco e mostrou uma arma para o condutor.
O motorista foi
obrigado a descer e, imediatamente, outros três homens encapuzados
entraram pela porta do meio. Eles jogaram gasolina nos bancos e no piso,
em seguida, incendiaram o ônibus que ficou destruído. Os bombeiros
apagaram as chamas e ninguém foi preso.
O terceiro ataque
aconteceu na madrugada de 5 de março na casa onde mora um diretor do
Presido de Itajubá, no Bairro Vila Isabel. Bandidos dispararam quatro
tiros no portão e deixaram um cartaz colado com os dizeres: “contra a
opressão carcerária”. O papel foi recolhido pela PM e encaminhado para a
Polícia Civil, porém nenhum responsável pelo ataque foi preso.
Na
noite do dia 5, outros três ataques aconteceram. O portão e o muro da
casa de um agente penitenciário foram alvos de sete tiros, conforme
informou a PM. Agentes do Presídio de Poços de Caldas também acionaram a
PM, porque ouviram estampidos na porta do prédio. No mesmo dia, quatro
homens encapuzados invadiram um coletivo da Viação Valônia e atearam
fogo em Itajubá. O motorista contou que seguia pela Avenida José Souza
Nogueira, no Bairro Santa Rosa, quando um homem deu sinal para o
coletivo e, armado, entrou pela porta da frente. Enquanto isso, outros
três comparsas entraram nas outras portas e espalharam gasolina. Todos
estavam encapuzados, conforme relatou o condutor do veículo. Os
bombeiros apagaram as chamas.
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