terça-feira, 26 de agosto de 2014

40 presos serão transferidos após motim no CERESP/JF

Estado informou que 23 detentos ficaram feridos após tumulto iniciado com fogo em colchões

Familiares passaram a noite na porta do Ceresp
Familiares passaram a noite na porta do Ceresp

A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou no final da manhã desta terça-feira (26) que 40 detentos do Ceresp devem ser transferidos para outras unidades do estado na Região Metropolitana de Belo Horizonte depois do motim ocorrido entre a noite desta segunda (25) e a madrugada desta terça. Segundo a secretaria, estes presos foram identificados como líderes do movimento de presos que atearam fogo em colchões e os lançaram nas galerias da unidade. A pasta também informou que 23 internos sofreram escoriações leves e foram atendidos no setor de saúde do Ceresp. "Eles foram atingidos por munições não letais e/ou se machucaram durante o tumulto. Todos passaram por exame de corpo de delito dentro do Centro de Remanejamento", explica a nota da Seds.
Conforme informações da assessoria da Secretaria de Saúde, divulgadas no início desta tarde, dois detentos permanecem internados no HPS, e o estado de saúde deles é considerado estável. Um preso de 21 anos apresenta ferimento em membro inferior, e outro de 43 anos está com escoriações nas pernas e na nuca. Ambos estão sob os cuidados da cirurgia geral, e estão lúcidos e orientados. A pasta também informou que outros quatro detentos, de 20, 21, 31 e 45 anos, foram atendidos e liberados da unidade.
A lista com o nome dos 40 detentos que serão transferidos bem como os nomes dos dois que permanecem internados foi afixada, no final desta manhã, na guarita do Ceresp, para conhecimento dos familiares.
Clima tenso
Pela manhã desta terça, ainda era tenso o clima na porta do Ceresp, cerca de doze horas após o início do motim. Várias viaturas da PM foram mobilizadas no princípio de rebelião, mas os militares atuaram apenas na parte externa do presídio, já que o tumulto foi contido pelos próprios agentes penitenciários, com ajuda do Corpo de Bombeiros, que debelou as chamas nas celas. No entanto, os ânimos também ficaram exaltados do lado de fora, onde dezenas de familiares de detentos se reuniram em busca de informações. Segundo a PM, as equipes ficaram posicionadas para impedir a invasão do local pelos parentes, que começaram a se aglomerar e a ficar tensos com a falta de notícias sobre os presos e o barulho de disparos provenientes do presídio. Ainda de acordo com a Seds, a ação dos agentes penitenciários foi acompanhada pelo juiz da Vara de Execução Criminal, Daniel Reche Motta.
Muitos familiares de detentos passaram a noite na parte externa e alguns deles relatam ter sido alvo de disparos de borracha efetuados pela Polícia Militar. O grupo teria começado a dificultar a passagem de veículos que entravam ou saíam da unidade. A PM solicitou reforço, mas teria sido recebida a pedradas e precisou agir com disparos de munição de borracha e bombas de efeito moral. "As equipes foram recebidas a pedradas e, para abrir espaço, precisamos fazer uso de munição não letal momentaneamente", disse um dos policiais à frente da ocorrência, tenente Breno Thamer, comandante do 1º Pelotão da Rotam. De acordo com ele, a situação foi resolvida depois que o diretor do Ceresp, Giovane de Moraes Gomes, saiu à portaria e conversou com uma comissão formada por cinco familiares. "O Gate também esteve presente, mas não houve necessidade de intervenção", disse o tenente. A maior parte dos policiais deixou o local por volta das 5h, quando a situação já estaria controlada no interior do presídio, mas na manhã desta terça ainda há militares do lado de fora do Ceresp, já que muitos familiares continuam no local.
Investigação
A secretaria também informou que o Comando de Operações Especiais (COPE), do sistema prisional, acompanhará os desdobramentos do ocorrido e dará apoio às transferências dos detentos, que devem ocorrer nos próximos dias. A direção do presídio instaurou um procedimento interno para apurar as circunstâncias do ocorrido e avaliar os danos ao patrimônio. A unidade prisional segue sua rotina normal, conforme informou a Seds.

Fonte: Tribuna

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