Policiais chegaram aos homens a partir de depoimento de um sobrinho da vítima, que teria envolvimento no caso
Por Tribuna
Três homens foram presos pela Polícia Civil por suspeita de praticarem o assalto ocorrido em uma residência do Bairro Cascatinha, Zona Sul, no dia 22 de fevereiro. O crime resultou no roubo de R$ 100 mil em dinheiro e de joias avaliadas em R$ 50 mil. Um ex-policial militar, 40 anos, e um empresário, 29, foram capturados na última sexta-feira durante ação da 5ª Delegacia, que investiga o caso. Na tarde desta segunda (11), mais um suspeito, também ex-PM, foi preso. Os dois ex-policiais militares foram presos mediante mandado de prisão temporária. O de 40 anos foi localizado em casa, no Bairro Alto dos Passos, Zona Sul. Com ele teriam sido encontrados mais de R$ 30 mil. Já o empresário, de classe média alta e morador do Bom Pastor, também na Zona Sul, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma. Segundo a polícia, ele foi abordado na praça do bairro e teria apresentado espontaneamente a arma usada no assalto, uma pistola calibre 380. Em poder do empresário, estariam R$ 6 mil e um relógio da vítima. O outro ex-policial, cuja idade não foi informada, esteve na delegacia nesta segunda, quando sua prisão foi confirmada. Ao todo, foram recuperados cerca de R$ 40 mil do montante roubado. Os suspeitos foram encaminhados ao Ceresp, onde estão à disposição da Justiça. Hoje, o ex-policial capturado na segunda deve prestar seu depoimento oficial à Polícia Civil.
Segundo o delegado à frente do caso, Rodrigo Massaud, as investigações avançaram com o depoimento de um sobrinho da vítima, 34, suspeito de ter passado informações aos assaltantes sobre a presença de dinheiro e de joias na casa da Rua Itamar Soares de Oliveira. Ele ainda não teve a prisão preventiva decretada. No dia do crime, dois ladrões se passaram por técnicos de energia elétrica para entrar na residência. Durante o suposto trabalho de troca de um relógio, a dupla anunciou o roubo, encostando uma arma de fogo na barriga da moradora, 58 anos. A vítima e um idoso, 75, que fazia pintura no imóvel, foram imobilizados com fios e lacres plásticos, amordaçados e encapuzados pelos bandidos com blusas.
Na delegacia, a moradora disse que o sobrinho suspeito era um dos mais queridos. "De dois meses para cá, ele começou a frequentar muito minha casa. No dia do assalto, ele me ligou e perguntou se eu estaria em casa. Cheguei a dizer que, se viesse me visitar, era para vir cedo, já que iria sair", contou a vítima, relembrando que, na data do assalto, dois homens interfonaram e se identificaram como técnicos da Cemig. "Eles entraram e pediram água. Fui até a cozinha e voltei com os copos. Um deles disse o meu nome. Colocaram a arma na minha cintura e me ameaçaram de morte."
Roubo premeditado
Conforme as investigações da Polícia Civil, o assalto teria sido planejado há cerca de dois meses. A primeira conversa teria surgido entre o sobrinho da vítima e outros suspeitos em uma oficina do Bairro Furtado de Menezes, Zona Sudeste. Ao ser questionado se ele saberia de "algo para arrumar dinheiro", o familiar teria dito que tinha uma tia "muito rica", que costumava ter joias e dinheiro em casa. Nos dois dias que antecederam o roubo, a moradora havia sacado os R$ 100 mil em duas vezes de uma conta bancária, porque estaria se separando do marido. Segundo a polícia, no entanto, o sobrinho alegou não saber da existência desse dinheiro, mas sua presença teria sido mais assídua na casa nos últimos meses.
As investigações continuam na tentativa de identificar todos os envolvidos. A polícia acredita que entre seis a oito pessoas teriam participado do planejamento e execução do roubo. O delegado Rodrigo Massaud informou que os ex-policiais detidos eram lotados em Juiz de Fora e foram expulsos da Polícia Militar. No dia do roubo, as gravações não teriam mostrado a ação criminosa, conforme divulgou na época a Polícia Militar. Entretanto, nesta segunda o delegado explicou que tais equipamentos só serviam para registrar o foco de grandes objetos. Por isso, eles não teriam acusado a presença dos dois homens na frente da casa. "Com essas prisões, a gente sente que a justiça está sendo feita. A situação de desconhecidos entrar na sua casa é de deixar qualquer um em pânico. Durante esse tempo, minha vida ficou desorganizada e ainda estou com muito medo", desabafou a vítima.
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