terça-feira, 12 de março de 2013

2 ex-PMs e empresário são presos por roubo de R$ 150 mil no Bairro Cascatinha

Policiais chegaram aos homens a partir de depoimento de um sobrinho da vítima, que teria envolvimento no caso

Por Tribuna
Suspeitos foram apresentados nesta segunda pelo delegado
Três homens foram presos pela Polícia Civil por suspeita de praticarem o assalto ocorrido em uma residência do Bairro Cascatinha, Zona Sul, no dia 22 de fevereiro. O crime resultou no roubo de R$ 100 mil em dinheiro e de joias avaliadas em R$ 50 mil. Um ex-policial militar, 40 anos, e um empresário, 29, foram capturados na última sexta-feira durante ação da 5ª Delegacia, que investiga o caso. Na tarde desta segunda (11), mais um suspeito, também ex-PM, foi preso. Os dois ex-policiais militares foram presos mediante mandado de prisão temporária. O de 40 anos foi localizado em casa, no Bairro Alto dos Passos, Zona Sul. Com ele teriam sido encontrados mais de R$ 30 mil. Já o empresário, de classe média alta e morador do Bom Pastor, também na Zona Sul, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma. Segundo a polícia, ele foi abordado na praça do bairro e teria apresentado espontaneamente a arma usada no assalto, uma pistola calibre 380. Em poder do empresário, estariam R$ 6 mil e um relógio da vítima. O outro ex-policial, cuja idade não foi informada, esteve na delegacia nesta segunda, quando sua prisão foi confirmada. Ao todo, foram recuperados cerca de R$ 40 mil do montante roubado. Os suspeitos foram encaminhados ao Ceresp, onde estão à disposição da Justiça. Hoje, o ex-policial capturado na segunda deve prestar seu depoimento oficial à Polícia Civil.

Segundo o delegado à frente do caso, Rodrigo Massaud, as investigações avançaram com o depoimento de um sobrinho da vítima, 34, suspeito de ter passado informações aos assaltantes sobre a presença de dinheiro e de joias na casa da Rua Itamar Soares de Oliveira. Ele ainda não teve a prisão preventiva decretada. No dia do crime, dois ladrões se passaram por técnicos de energia elétrica para entrar na residência. Durante o suposto trabalho de troca de um relógio, a dupla anunciou o roubo, encostando uma arma de fogo na barriga da moradora, 58 anos. A vítima e um idoso, 75, que fazia pintura no imóvel, foram imobilizados com fios e lacres plásticos, amordaçados e encapuzados pelos bandidos com blusas.
Na delegacia, a moradora disse que o sobrinho suspeito era um dos mais queridos. "De dois meses para cá, ele começou a frequentar muito minha casa. No dia do assalto, ele me ligou e perguntou se eu estaria em casa. Cheguei a dizer que, se viesse me visitar, era para vir cedo, já que iria sair", contou a vítima, relembrando que, na data do assalto, dois homens interfonaram e se identificaram como técnicos da Cemig. "Eles entraram e pediram água. Fui até a cozinha e voltei com os copos. Um deles disse o meu nome. Colocaram a arma na minha cintura e me ameaçaram de morte."

Roubo premeditado
Conforme as investigações da Polícia Civil, o assalto teria sido planejado há cerca de dois meses. A primeira conversa teria surgido entre o sobrinho da vítima e outros suspeitos em uma oficina do Bairro Furtado de Menezes, Zona Sudeste. Ao ser questionado se ele saberia de "algo para arrumar dinheiro", o familiar teria dito que tinha uma tia "muito rica", que costumava ter joias e dinheiro em casa. Nos dois dias que antecederam o roubo, a moradora havia sacado os R$ 100 mil em duas vezes de uma conta bancária, porque estaria se separando do marido. Segundo a polícia, no entanto, o sobrinho alegou não saber da existência desse dinheiro, mas sua presença teria sido mais assídua na casa nos últimos meses.
As investigações continuam na tentativa de identificar todos os envolvidos. A polícia acredita que entre seis a oito pessoas teriam participado do planejamento e execução do roubo. O delegado Rodrigo Massaud informou que os ex-policiais detidos eram lotados em Juiz de Fora e foram expulsos da Polícia Militar. No dia do roubo, as gravações não teriam mostrado a ação criminosa, conforme divulgou na época a Polícia Militar. Entretanto, nesta segunda o delegado explicou que tais equipamentos só serviam para registrar o foco de grandes objetos. Por isso, eles não teriam acusado a presença dos dois homens na frente da casa. "Com essas prisões, a gente sente que a justiça está sendo feita. A situação de desconhecidos entrar na sua casa é de deixar qualquer um em pânico. Durante esse tempo, minha vida ficou desorganizada e ainda estou com muito medo", desabafou a vítima.

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