sexta-feira, 15 de março de 2013

MP apura desvio de armas no Exército

Material - em parte da "Campanha do Desarmamento" - teria sido subtraído de quartéis

Por Guilherme Arêas, Marcos Araújo e Michele Meireles 

O Ministério Público Militar (MPM) investiga o desvio de armas entregues pela Polícia Federal e Justiça - parte delas oriundas da "Campanha do Desarmamento" - que teria ocorrido dentro de quartéis do Exército na cidade. Os armamentos deveriam ter sido destruídos no 4º Depósito de Suprimentos, porém, investigações apontaram que parte deles retornou às ruas. A suspeita surgiu quando uma dessas armas teria sido apreendida depois da prática de um delito. A averiguação já dura cerca de um mês, e o inquérito policial militar corre sob segredo de justiça. Uma força-tarefa, formada por Exército, Ministério Público Militar e polícias Civil e Federal, foi criada em paralelo para apurar o derrame de armamentos na cidade. Ainda não há estimativa do número de materiais que teriam sido subtraídos, mas a preocupação das autoridades é que a situação agrave o quadro da segurança pública na cidade, já que as armas estariam chegando às mãos de criminosos.
"Nossa preocupação é saber como estas armas estão chegando nas ruas. É fato que há um crescente na criminalidade, e muitos crimes são cometidos com o uso de armas de fogo", enfatizou o delegado chefe da Polícia Federal, Claudio Dornelas. Ele destacou que as investigações estão a cargo do Ministério Público Militar, e que o papel das polícias é ajudar a levantar elementos que possam levar aos autores.
O oficial de comunicação da 4ª Região Militar, coronel Cesar Lúcius Bessa informou que "o Exército apura todos os desvios, tudo que não seja certo". Ele afirmou que o inquérito policial militar, que investiga o sumiço das armas, já foi concluído e remetido ao Ministério Público Militar. "É um processo longo e complexo, que envolve todos os quartéis, já que os armamentos podem ter sido entregues em qualquer um deles. Estamos fazendo o caminho inverso destas armas."
Já o Ministério Público esclareceu que já "está atuando neste feito" e que o processo corre em segredo de justiça para que o andamento não seja comprometido. O procurador Ulysses da Silva Costa Filho informou que enviou a Brasília, sede do MPM, um pedido para que os outros procuradores da cidade também atuem no caso. "O procedimento está bem encaminhado."
O delegado da PF Claudio Dornelas afirmou que recebeu nesta quinta-feira (14) um levantamento das armas recolhidas pela Polícia Federal nos últimos 12 meses, a maioria delas durante a "Campanha do Desarmamento", e que haviam sido remetidas ao Exército. Segundo dados da PF, entre janeiro de 2011 e 11 de fevereiro deste ano, 645 armas foram entregue por meio da Campanha no município. "São milhares de armas. A maioria delas de calibre permitido. A ideia é criar um banco de dados para que possamos seguir o rastro destas armas, confrontando a numeração dos armamentos recolhidos nas ruas com os que deveriam ter sido destruídos ou entregues no Exército." Segundo o delegado, todas elas passarão por perícia que será feita também pela Polícia Civil. O chefe do 4º Departamento da Polícia Civil de Juiz de Fora, Rogério de Melo Franco Assis de Araújo, foi procurado para comentar a situação, porém, sua assessoria informou que ele estaria em uma reunião externa e que não foi localizado.

Caminho até a destruição
De acordo com o Exército Brasileiro, as armas entregues na "Campanha do Desarmamento" e aquelas sob custódia da Justiça devem ser destruídas pela instituição. Antes de serem encaminhadas para destruição por corte, solda, fogo "ou por qualquer outra forma para que as armas não representem mais nenhum risco", passam por perícia e cadastramento.

Leia a reportagem completa no Link abaixo:
http://www.tribunademinas.com.br/cidade/mp-apura-desvio-de-armas-no-exercito-1.1245036

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários postados pelos leitores deste blog correspondem a opinião e são responsabilidade dos respectivos comentaristas leitores e não correspondem, necessariamente, a opinião do autor do Blog dos Agentes Penitenciários de Juiz de Fora.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.