sexta-feira, 21 de junho de 2013

15 mil pessoas ocuparam as principais vias do Centro de Juiz de Fora

Ativistas pedem licitação de transporte público, veto à alteração na Lei de Uso do Solo e se posicionam contra construção de nova Câmara

Por Renato Salles e Pedro Brasil


Assim como aconteceu nas principais cidades do país, 15 mil pessoas ocuparam as principais vias do Centro de Juiz de Fora entre a tarde e a noite desta quinta-feira (20). Repetindo o ato da última segunda-feira, as pautas nacionais como o combate à corrupção e a escassez de recursos para áreas essenciais como a saúde e a educação coloriram os cartazes dos presentes. Entretanto, dessa vez, os manifestantes voltaram sua indignação para os problemas observados no cenário local com mais intensidade, com críticas abertas à atual Administração e à Câmara Municipal. Entre os pleitos diversos, o grupo elencou suas demandas para a cidade: a luta por um transporte público barato e de qualidade; a posição contrária à construção de uma nova sede para o Legislativo, e a exigência de que o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) vete a alteração na lei, aprovada no final do mês passado, que ordena a construção de novas edificações e o uso e ocupação do solo.
Já no início da manifestação, as críticas à política local foi evidenciada por uma faixa à frente dos manifestantes com os dizeres: "A Prefeitura não nos representa". Conforme previsto no texto divulgado pelo Facebook, o pedido de que o Executivo avance no sentido de realizar a licitação das empresas concessionárias do transporte público coletivo era evidenciado em vários cartazes. O processo chegou a ser iniciado na gestão do ex-prefeito Custódio Mattos (PSDB), mas a concorrência segue emperrada no Tribunal de Contas do Estado (TCE). O entrave foi motivado por uma série de recursos apresentados pelo deputado estadual Durval Ângelo (PT), que denunciou supostas irregularidades na licitação.
As principais reivindicações dos manifestantes, entretanto, foram evidenciadas quando uma projeção ocupou a parede lateral de um prédio na Rua Halfeld. "Imagine uma cidade sem roletas", sugeria o texto. As imagens também reforçaram os posicionamentos contrários à construção de um novo prédio para o Legislativo. "Nós também podemos construir uma nova Câmara Municipal. Eles ocupam cadeiras, nós, as ruas." A projeção partiu de um edifício ao lado do prédio onde funciona o JF Informação, e, segundo os militantes, a ação foi um ato coletivo.
Projeções em fachada de prédio na Rua Halfeld foi novidade do segundo protesto
Este foi o segundo grande ato local do movimento "Junta Brasil", como ficou conhecido o levante popular originado em São Paulo, a partir do Movimento Passe Livre (MPL). Como as estimativas da Polícia Militar (PM) e dos organizadores foram de que 15 mil pessoas compareceram ao protesto, o número de participantes foi três vezes maior do que o observado na ação realizada na última segunda-feira. Em todo o trajeto, o protesto transcorreu de forma tranquila, com respeito entre manifestantes e policiais.
 

Protestos em JF continuam neste sábado

Os manifestantes devem retornar às ruas de Juiz de Fora neste sábado. Ao final das ações desta quinta, em frente à Câmara Municipal, grupo de ativistas confirmou a realização de outro ato, intitulado "Dia do basta à corrupção". A princípio, os principais alvos dos protestos serão dois projetos de emenda complementar (PEC). Os objetos da indignação são a PEC 33, chamada de "PEC da discórdia", que propõe que as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) possam ser revistas pelo Congresso, e a PEC 37, que limita a atuação do Ministério Público (MP) e confere às polícias a exclusividade nas investigações criminais. O início da ação está previsto para as 13h30, no Parque Halfeld. Apesar de o encontro focar demandas nacionais, os militantes ainda irão deliberar sobre outras pautas que podem engrossar a ação. Assim como se tornou característica em todo o país, as discussões acontecerão nas redes sociais, onde também serão divulgadas.


Fonte e Imagens: Tribuna de Minas

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