Marcelo Luna Alvarenga, de 33 anos, estava em seu 4º dia de trabalho, quando foi morto com tiro na nuca, no Bairro Santa Rita; taxistas prometem parar hoje
Por Guilherme Arêas
Manifestação tomou as ruas da cidade e terminou em frente à casa do prefeito, no Bom Pastor
Bruno Siqueira agendou reunião de emergência com taxistas nesta segunda-feira, às 10h30
Taxistas fizeram carreata durante a madrugada e prometem parar novamente nesta terça
Policiais militares acompanharam a manifestação
O assassinato de um taxista de 33 anos, na noite desta segunda-feira (4), provocou revolta entre a categoria, que organizou um protesto pelas ruas de Juiz de Fora. A mobilização seguiu madrugada adentro e só terminou por volta das 2h30, em frente à residência do prefeito Bruno Siqueira (PMDB), que desceu para conversar com os manifestantes. Os taxistas planejam novo protesto para esta terça, quando toda a categoria deve parar as atividades no final da tarde, possivelmente entre 17h e 18h. Os trabalhadores também pediram para que os colegas troquem os uniformes por camisas pretas. Na manifestação desta madrugada, centenas de motoristas de táxi saíram em carreata pelas ruas pedindo mais segurança aos profissionais e justiça pela morte de Marcelo Luna Alvarenga. O taxista foi assassinado com um tiro na nuca por volta de 22h50 de segunda, na Rua Margarida Soares Dias, no Bairro Santa Rita, Zona Leste. Conforme a Polícia Militar, a central da empresa de táxi não teria registrado chamado para o profissional, e o suspeito do homicídio teria embarcado em rua ainda desconhecida. Marcelo, filho de um sargento reformado da Polícia Militar, estava em seu quarto dia de trabalho como taxista. Nada foi levado do trabalhador, que morreu na hora. Após o assassinato, policiais militares iniciaram o rastreamento, mas o suspeito ainda não foi encontrado.
O crime provocou revolta entre os taxistas, que
logo se organizaram em uma grande carreata e buzinaço pelas ruas. A
manifestação começou no local do assassinato, no bairro Santa Rita, e
tomou as principais vias do Centro, quando os motoristas pararam na
esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Barão de Cataguases. De lá, eles
seguiram em direção à casa do prefeito Bruno Siqueira, no Bom Pastor,
Zona Sul. Sete viaturas da Polícia Militar e dezenas de policiais
acompanharam a ação, que foi pacífica.
Ao descer de seu apartamento, o prefeito Bruno
Siqueira conversou com os taxistas e agendou uma reunião para esta
terça-feira, às 10h30, na Prefeitura. O chefe do Executivo vai receber
uma comissão formada por profissionais da categoria e disse que tentaria
agendar com algum representante da PM. Durante a conversa com os
manifestantes, ele prometeu enviar um ofício ao governador Antonio
Anastasia (PSDB), pedindo reforço no efetivo da PM na cidade, para que
mais militares possam trabalhar à noite, horário crítico para os
taxistas, justamente devido à violência. “Já falei com o governador
sobre isso, porque precisa botar mais efetivo (de policiais) em Juiz de
Fora.”
Após agendar a reunião, os taxistas convidaram o
prefeito para formar uma roda, onde todos rezaram um Pai Nosso em
homenagem a Marcelo Luna Alvarenga. Apesar de dialogar com os
manifestantes durante a madrugada, o prefeito demonstrou
descontentamento com a manifestação. “Eu só gostaria de pedir um favor
para vocês: que esse acontecimento de hoje não se repita mais. A hora
que vocês precisarem, eu atendo na prefeitura. Não precisa fazer isso
para eu receber os taxistas”, disse Bruno. “Não é para você receber a
gente lá. É para a gente incomodar para sermos vistos”, respondeu um
taxista.
Uma das queixas dos trabalhadores é o fato de serem
proibidos de recusar corridas a locais que consideram perigosos, sob
pena de receberem advertência e até multa. Conforme a Lei Municipal
1.877/05, o profissional tem garantido o direito de pedir a
identificação do passageiro, no período das 20h às 8h. Caso o usuário se
negue a apresentar o documento, o condutor pode recusar a corrida.
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