segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Civil desmonta esquema de entrada de drogas no Ceresp

 Mulheres eram aliciadas para o transporte do entorpecente. Policiais estouraram local onde funcionaria um suposto laboratório de refino

A Polícia Civil, em parceria com a Agência de Inteligência do Ceresp, desmantelou um esquema que aliciava mulheres para o transporte de drogas para dentro da unidade prisional, onde eram consumidas e revendidas. A quadrilha também é suspeita de crimes de homicídio e abastecer traficantes que atuam na Zona Sudeste de Juiz de Fora. Nesta segunda-feira (17), nove pessoas, com idades entre 19 e 30 anos, suspeitas de participarem da quadrilha, foram apresentadas à imprensa, durante coletiva na sede da 4ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), no Bairro      Nova Era, Zona Norte. Entre elas, sete detentos do Ceresp e três homens e uma mulher, presos em flagrante, em uma residência no Bairro Santo Antônio, na Zona Sudeste, na manhã desta segunda-feira (17).
No imóvel, que funcionava como suposto laboratório para refino de entorpecentes, os policiais da 6ª Delegacia apreenderam 25 pedras de crack, nove porções da mesma substância, seis cartelas de medicamentos, 16 frascos de substância utilizada para mistura da droga e quatro celulares. O local serviria como extensão da ação do bando. Também foram apreendidos mais cinco celulares de posse com os detentos. Os suspeitos, de acordo com o delegado titular da 6ª Delegacia, Carlos Eduardo Rodrigues, irão responder pelos crimes de tráfico de drogas, homicídio e formação de quadrilha.
O desmantelamento do bando teve início na manhã de domingo (16), depois que uma mulher, 18 anos, foi flagrada com cerca de 150g de droga na cavidade vaginal, durante revista para visitar um preso no Ceresp. Foram encontrados um tablete de maconha, um papelote de cocaína e uma pedra fragmentada de crack. Segundo a Polícia Militar, que registrou o caso, ela contou que levaria o material para o seu namorado. Diante dos fatos, ela recebeu voz de prisão e foi encaminhada para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) para passar por exames. Em seguida, a mulher teve o flagrante confirmado pela Polícia Civil. Conforme o delegado chefe do 4º Departamento de Polícia Civil, Rogério de Melo Franco Assis Araújo, a quadrilha começou a ser investigada há cerca de dois meses, depois que foram recebidas denúncias no disque 181. "Havia um canal de comunicação entre presos e mulheres, que ontem tivemos êxito em esclarecer depois do flagrante dado à suspeita", afirmou o delegado, que ressaltou a importância das comunicações ao Disque Denúncia Unificado 181.
De posse das informações, os policiais, junto com a equipe de inteligência do sistema prisional, passaram a monitorar as visitas realizadas por mulheres aos presos. "Passamos a identificar qual mulher se encontrava com determinado preso, quais os endereços onde elas frequentavam, os contatos que tinham. Assim, houve uma troca de informações com os agentes prisionais até a identificação dos suspeitos", destacou Carlos Eduardo Rodrigues, lembrando que mais quatro mulheres envolvidas no esquema já foram identificadas. "A apuração irá continuar para haver novas prisões e identificação de outros suspeitos."

Por  Marcos Araújo
Tribuna de Minas

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