quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Empresário suspeito de sonegação é preso

Por Fabíola Costa
Policiais e federais cumpriram mandados de busca e apreensão em lojas do Centro de JF pela manhã
Policiais e federais cumpriram mandados de busca e apreensão em lojas do Centro de JF pela manhã
Uma megaoperação realizada nesta terça-feira (4) em Juiz de Fora culminou na prisão de um empresário de 46 anos, suspeito de ser um dos "cabeças" de um esquema de sonegação milionária aos cofres públicos. Ele é de uma família proprietária de uma rede de lojas de enxoval e utilidades domésticas na cidade. A suspeita é que, ao longo de 25 anos, o grupo tenha constituído e fechado 34 empresas. A manobra seria uma forma de sonegar impostos, em especial o Imposto sobre Circulação e Mercadorias e Serviços (ICMS). O valor não recolhido não foi divulgado.
A Operação "Du Lar" foi realizada em parceria entre Superintendência Regional da Fazenda de Juiz de Fora, Ministério Público, Polícia Federal (PF) e Polícia Militar (PM). A ação foi deflagrada nesta às 6h e mobilizou 59 auditores fiscais, dois promotores de justiça, 28 policiais federais e oito policiais militares. Em cumprimento a ordens judiciais de busca e apreensão, os agentes percorreram 13 locais na cidade, sendo oito empresas, quatro residências e um galpão, que seria clandestino, na Zona Sul. Com área de mil metros quadrados, o espaço estava repleto de mercadorias.
Em uma das casas, próxima ao galpão, os policiais cumpriram o mandado de prisão expedido contra o empresário,e ele teria sido encaminhado ao Ceresp. Segundo o major Paulo Henrique da Silva, comandante da 3ª Companhia de Missões Especiais, com ele, foi encontrado um revólver calibre 38 sem registro e 16 munições, sendo uma deflagrada.
Conforme o promotor de Defesa da Ordem Econômica e Tributária, Plínio Lacerda, a suspeita é que o grupo de empresas familiar cometia irregularidades desde 1987. As investigações apontam que os parentes abriam e fechavam figuras jurídicas, todas no mesmo ramo de atividade (cama, mesa e banho e utilidades domésticas). Antes da extinção, porém, ocorria a transferência contratual para o nome de possíveis "laranjas", dificultando a localização dos sócios de fato, que deveriam responder pela possível sonegação fiscal.
Segundo o coordenador das Promotorias de Defesa da Ordem Econômica e Tributária da Zona da Mata, Carlos Ari Brasil, além de sonegação fiscal, o empresário pode responder por outros crimes, como falsidade ideológica, formação de quadrilha, uso de documento falso e até lavagem de dinheiro. De acordo com ele, outras pessoas, inclusive fora do âmbito familiar, podem estar envolvidas. O número de suspeitos não foi divulgado, mas a informação é que eles estão sob investigação.
Durante a operação, foram apreendidos computadores, talões de cheque em branco assinados, documentos de controle paralelo, mercadorias cujas etiquetas das caixas não pertencem ao grupo e equipamentos emissores de cupom fiscal não autorizados. Segundo o superintendente da Fazenda em Juiz de Fora, Luiz Fernando Silva Paes, a documentação recolhida e as informações contidas nos computadores serão analisadas pela Receita Estadual, visando a confirmar e, se possível, quantificar a evasão tributária. Não há prazo estipulado para divulgação do resultado. Enquanto isso, as lojas do grupo continuam funcionando na cidade.

A origem
O delegado da PF, Cláudio Dornelas, explica que as investigações tiveram início há dois anos. Durante a Operação Sevilha, desencadeada em agosto de 2010, foi identificado um grupo criminoso que atuava na Zona da Mata com a receptação de carga roubada e uso de documentos falsos para comercializar a mercadoria. "O nome do empresário apareceu nessa época", explica. A partir daí, tiveram início os trabalhos conjuntos que culminaram na prisão do suspeito e na investigação dos demais envolvidos.

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