domingo, 14 de julho de 2013

Corpos são encontrados próximo a penitenciária em Manaus

Resgates foram nos ramais Cláudio Mesquita, Pau Rosa e Tarumã-Açu.
Há suspeitas de que corpos sejam de presos que fugiram nesta semana.

Girlene Medeiros e Adneison Severiano Do G1 AM

Um dos dois corpos foi encontrado em mata no ramal Tarumã-açu na área da Comunidade Cueiras, em Manaus (Foto: Adneison Severiano G1/AM) 
Um dos dois corpos foi encontrado em mata no ramal Tarumã-açu na área da Comunidade Cueiras, em Manaus (Foto: Adneison Severiano G1/AM)
Mais dois homens foram encontrados mortos em ramais na BR-174, que liga Manaus a Boa Vista, nas proximidades do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), onde 176 presos fugiram durante uma rebelião na terça-feira (9). Um dos corpos foi resgatado na tarde deste domingo (14). Com estes dois corpos não identificados, o Instituto Médico Legal (IML) contabiliza quatro resgates no bairro Tarumã, Zona Oeste de Manaus. Há suspeitas de que eles sejam de presos que escaparam da penitenciária durante rebelião.
Na noite do sábado (13), um corpo foi resgatado no km 10 do ramal Pau Rosa, no km 21 da BR 174. Segundo informações do IML, o homem, de identidade ainda não identificada, foi encontrado em estado de decomposição. A suspeita do instituto é que a morte tenha acontecido no dia 9, mesmo dia da rebelião no Ipat. O corpo é de cor parda, 1,70 cm de altura e idade estimada de 30 a 35 anos, e aguarda reconhecimento no IML.
Neste domingo (14), três corpos foram encontrados. Os dois primeiros, pela manhã, estavam nos ramais Cláudio Mesquita, no km 8 da BR-174, e Tarumã-Açu, no km 15. Segundo o IML, uma mulher passou pelo local, sentiu um forte cheiro e acionou a polícia. O Instituto acredita que o homem também tenha sido morto há aproximadamente quatro ou cinco dias, data próxima à da rebelião. O corpo passa por necropsia para que seja confirmada a data da morte. Não havia sinais de violência no corpo da vítima, que foi morta a tiros.
O terceiro corpo, removido no km 12 do ramal Tarumã-Açu, também estava sem identificação e trajava apenas uma bermuda vermelha. Como nos demais casos, os peritos que estavam no local afirmaram acreditar que o homem também tenha sido morto há quatro ou cinco dias.
No ramal Cláudio Mesquita, foi encontrado mais um corpo na tarde deste domingo (14). Ele estava a 400 metros do Ipat, segundo a polícia, e foi morto com disparos de arma de fogo. O corpo também passa por perícia no IML de Manaus.
Corpos encontrados por moradores
O corpo foi encontrado no Tarumã-Açu pelo agricultor Albino Rodrigues no sábado (13). Para retirar o homem, que estava em um barranco em mata fechada e de difícil acesso, o IML precisou da ajuda do Corpo de Bombeiros.
Ao G1, o agricultor contou que ainda no sábado, por volta das 11h, passava pelo ramal, quando sentiu um forte odor e avistou a presença de urubus no local. Embora desconfiado, inicialmente, ele não se aproximou do local. Já às 17h, acompanhado da família, o agricultor passou novamente pelo trecho e resolveu verificar do que se tratava.

"Encontrei o corpo jogado no barranco e ao lado do pequeno lago. Não me aproximei, porque o mau cheiro era muito forte e por causa da minha filha, de quatro anos de idade. Acionei a polícia em seguida", relatou Albino.
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Corpos foram encontrados em dois locais por populares no sábado e neste domingo (Foto: Adneison Severiano G1/AM)Corpos foram encontrados por populares no sábado e neste domingo (Foto: Adneison Severiano G1/AM)
O ramal Tarumã-Açu dá acesso à Fazenda Esperança e à comunidade Cueiras. A estrada vicinal é considerada uma das principais rotas de detentos em casos de fugas do Ipat, pois é utilizada como atalho para chegar ao ramal do Pau-Rosa, que fica no Km 21 da BR-174.
O IML e os moradores do local acreditam que os corpos podem ser de fugitivos do Ipat, já que os dois locais ficam próximos ao presídio, situado no km 8 da BR-174. A estimativa de tempo de morte também coincide com o dia da fuga dos detentos durante rebelião na unidade prisional.
A Comunidade Cueiras fica localizada às margens do Rio Tarumã-Açu e ramais. No local residem mais de 100 famílias, que estão apreensivas depois da fuga em massa de internos do presídio. Ildo de Jesus, presidente comunitário, disse que um grupo de 11 fugitivos passou pela comunidade na semana passada.

"Eles se identificaram como foragidos. Tentaram pegar um ônibus que estava estacionado em frente à escola da comunidade, mas não tiveram sucesso, porque o motorista conseguiu tirar a atenção deles e evitar o roubo do veículo", relatou o líder comunitário.

Após a tentativa frustrada, o grupo de fugitivos seguiu caminhando pelo ramal, de acordo com os moradores. "Eles pretendiam atravessar o Rio Tarumã-Açu e o ramal Pau-Rosa, mas não conseguiram e retornaram para o ramal. Então, os moradores da comunidade avisaram a polícia, que prendeu apenas cinco. Outros seis escaparam", mencionou Ildo de Jesus.

Ildo não descarta que o corpo encontrado na comunidade seja de um dos fugitivos do Ipat. De acordo com o líder comunitário, na última quinta-feira (11) e sexta-feira (12), vários disparos de arma de fogo foram ouvidos pelos moradores.

"Não sabemos quem disparou, mas ouvimos vários tiros. Pedimos à Secretaria de Segurança Pública [SSP] mais viaturas do Ronda no Bairro passando pela comunidade, que tem sido esquecida nesse aspecto", enfatizou o presidente comunitário.

O comandante do Comando de Policiamento Especializado (CPE), coronel Aroldo Ribeiro, disse que ainda não havia sido informado sobre os corpos encontrados e por isso não poderia afirmar se existe suspeita de que os homens eram fugitivos do Ipat. O coronel destacou ainda que o policiamento foi reforçado na área do entorno do presídio, que abrange as comunidades circunvizinhas. "Vou acionar a equipe em serviço para verificar essa situação, mas por enquanto ainda não podemos afirmar se os corpos são de fugitivos", frisou.

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