Por Michele Meireles
Dando continuidade à série de manobras para fechar o cerco ao tráfico
de drogas em Juiz de Fora, a Polícia Federal apreendeu, na manhã de
domingo (29), cerca de 50kg de crack. O volume é o maior já recolhido do
entorpecente na cidade e está avaliado em mais de R$ 1 milhão. Segundo o
delegado chefe da PF, Cláudio Dornelas, o material seria levado para a
Vila Ideal e Vila Olavo Costa, região Sudeste, e um dos homens que
trazia o carregamento afirmou que a intenção era tomar e dominar "bocas
de fumo" da área. "Ia ser uma guerra. Não se sabe a que custo esse
domínio seria feito, com certeza, evitamos que crimes violentos pudessem
acontecer", disse Dornelas.
Segundo ele, o material apreendido na operação "Invasão VII" foi
interceptado na BR-267, na altura do Bairro Igrejinha, Zona Norte. A
droga estava sendo trazida por dois homens, de 34 e 36 anos, em um
compartimento oculto dentro de um veículo modelo Air Cross, com placa de
Niterói (RJ). A forma como o crack estava acondicionado no automóvel
chamou a atenção dos policiais. "O carro foi montado para este fim. A
droga estava no assoalho do porta-malas. Embaixo do carpete havia uma
tampa, que era aberta por um sistema eletrônico. Um esconderijo difícil
de ser descoberto. Muita droga já deve ter passado por Juiz de Fora e
outras cidades desta maneira."
Dornelas afirmou que o suspeito mais velho é um taxista de Juiz de
Fora, que dirigia o veículo, e o outro é natural de Jundiaí (SP). Este
último afirmou que a intenção ao trazer o grande volume de tóxico para a
cidade era tomar o poder de traficantes da região da Olavo Costa e Vila
Ideal e começar a comandar as "bocas" desta área. "Esta droga foi
comprada por R$ 500 mil, mas, quando revendida, ia, no mínimo, dobrar de
valor. O homem de São Paulo era um dos empresários fortes do tráfico." A
Polícia Federal acredita que o crack também poderia abastecer mercados
de municípios da região. Os dois homens foram presos e levados para o
Ceresp. Eles vão responder por tráfico de drogas, associação para o
tráfico e tráfico interestadual de drogas.
O delegado da Polícia Federal reforçou que a apreensão de grandes
volumes de tóxicos demonstra que Juiz de Fora está sendo entreposto de
distribuição e venda de drogas e que a instituição está mapeando todas
as rotas de entrada destes carregamentos. Segundo ele, uma das regiões
mais usadas como caminho e ponto de entrega é a Zona Norte. Entre maio e
o último domingo, a Federal apreendeu cerca de duas toneladas de
entorpecentes em Juiz de fora e prendeu 13 traficantes. "Vou pedir a
transferência destes traficantes presos para outros presídios. Nossa
preocupação é que eles se articulem dentro do Ceresp e formem outra
quadrilha."
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