Em meio a rumores de que estaria rearticulando um esquema para comandar
sua rede criminosa, o traficante Fernandinho Beira-Mar foi transferido
na quinta-feira (20), pela terceira vez, para a Penitenciária Federal de
Catanduvas, no Paraná. Depois de passar por cinco Estados nos últimos
anos, ele estava encarcerado desde fevereiro no presídio federal de
Porto Velho (RO), onde a inteligência policial detectou indícios da
presença de possíveis comparsas do traficante estabelecendo-se na
cidade.
O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) informou que o rodízio de
presos perigosos faz parte de uma política regular adotada nos últimos
anos nos presídios federais de segurança máxima. Um dos objetivos é
impedir que eles criem vínculos com outros detentos ou viabilizem meios
de comandar seus negócios de dentro da prisão, com auxílio de parentes
ou advogados.
Na quinta-feira (20), além de Beira-Mar, outros 108 presos mudaram de
endereço, em uma megaoperação que mobilizou 23 agentes, dois aviões e
diversas viaturas.
Forte esquema de segurança foi montado para a escolta do traficante
desde o Aeroporto de Cascavel, onde o avião do Depen pousou, até
Catanduvas, a 55 km.
Outros presídios federais também tiveram um dia movimentado. O de Porto
Velho, de onde saiu Beira-Mar e outros oito detentos, recebeu 19 presos
transferidos de outras unidades. No de Mossoró (RN), saíram 11 e
chegaram 11, enquanto o de Campo Grande (MS) recebeu 43 e despachou 15.
A tática do rodízio é adotada desde 2008, quando o governo abortou
planos de atentados arquitetados por Beira-Mar e o traficante colombiano
Juan Carlos Abadía. Eles se uniram aos maiores ladrões de banco do País
no presídio federal de Campo Grande para aterrorizar juízes que atuavam
nos seus processos e autoridades que poderiam atrapalhar seus negócios
milionários.
Fonte: O Tempo
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