sexta-feira, 19 de abril de 2013

Suspeitos negam participação em latrocínio de empresário

Delegada quer esclarecer momento em que tiro foi disparado

Por Marcos Araújo e Sandra Zanella

O jovem de 20 anos preso na quarta-feira por suspeita de ter disparado o tiro que matou o empresário Francisco José de Carvalho Carapinha, 48 anos, negou em depoimento o crime. Além dele, o adolescente, 17, também apreendido por participação no assalto à casa da vítima na terça-feira no Parque Jardim da Serra, Cidade Alta, não confessou envolvimento no caso. Segundo a titular do Núcleo de Ações Operacionais da Polícia Civil (Naop), Sheila Oliveira, que responde interinamente pela 2ª Delegacia, os dois rapazes foram ouvidos novamente, na tarde desta quinta-feira (18), e mantiveram a mesma versão contada no dia de suas prisões. O homem foi conduzido ao Ceresp junto com outros dois suspeitos de integrarem um bando dos bairros Jardim Casablanca e Santos Dumont, na mesma região, que praticaria furtos, roubos e até tentativas de assassinato e homicídios na Cidade Alta. O adolescente foi encaminhado à Vara da Infância e Juventude, e um quinto envolvido, pego como receptador de materiais furtados, foi liberado mediante assinatura de termo de compromisso de comparecer à Justiça quando for intimado. Outros dois homens que participaram da ação criminosa que resultou na morte de Francisco Carapinha ainda não foram localizados.
Segundo a delegada, o suspeito de ter atirado contra o empresário quando ele chegava em casa, na Rua Porto Alegre, foi autuado em flagrante por latrocínio - roubo seguido de morte - e tráfico de drogas, já que estava com pedras de crack e dinheiro trocado ao ser detido pelos policiais no Jardim Casablanca. Por enquanto, Sheila trabalha com a suspeita de crime patrimonial, porque a dupla já teria envolvimento com outros assaltos a residências na Cidade Alta. Mas outras linhas de investigação ainda podem surgir no decorrer das apurações. Conhecido como Bolão, Francisco Carapinha foi citado no escândalo envolvendo o pagamento de propina ao ex-prefeito Carlos Alberto Bejani, em 2008. Na época da operação "Pasárgada", ele era sócio de uma empresa de ônibus e foi identificado pela Polícia Federal em um vídeo, supostamente oferecendo comissão para que Bejani autorizasse o aumento do preço da passagem de coletivos na cidade.
O fato de a casa de uma parente de Bolão ter sido assaltada quatro dias antes da dele, também no Jardim da Serra, chamou a atenção. No dia do crime, cinco ladrões entraram na casa e agrediram uma empresária, 40, que seria sobrinha de Francisco Carapinha, e o marido dela, um advogado, 35. Uma criança filha do casal também foi trancada com os pais em um quarto enquanto os bandidos roubavam várias joias, 16 notas promissórias no valor de R$ 19 mil, dez celulares, cinco tablets, dois notebooks, além de cinco bolsas femininas de marcas diversas. Sheila relacionou os dois casos porque a mesma dupla detida após o latrocínio teria participado também do primeiro assalto e obtido documentos que levariam a crer que haveria uma grande quantia em dinheiro na casa do empresário.

Cena do crime
Ainda conforme a delegada, falta esclarecer a cena do crime no momento em que a vítima foi baleada, a fim de elucidar se ela teria reagido ao assalto e, por isso, sido baleada. Ela ouviu, na tarde desta quinta, os três caseiros que estavam rendidos na residência desde duas horas antes da chegada do morador comparecer ao local, mas disse que não poderia informar detalhes sobre os depoimentos. "As investigações também continuam para pegarmos os outros dois envolvidos. Também estamos buscando mais locais onde possam estar materiais furtados nesses crimes na Cidade Alta", concluiu a delegada.

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