quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Prisão federal deve receber chefes do crime de São Paulo

Palácio dos Bandeirantes diz que reunião definirá alcance da medida.
Conversa ocorre após troca de críticas entre ministro e secretário.

Fabiano Costa Do G1, em Brasília e do G1 São Paulo

A presidente da República, Dilma Rousseff, telefonou na tarde desta quinta-feira (1º) para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para tratar de uma ação conjunta entre os governos federal e estadual no combate à violência no estado. De acordo com o governo de São Paulo, ficou definido que chefes do crime organizado serão transferidos para presídios federais. Detalhes das transferências e outras parcerias devem ser discutidos em reunião que será realizada na próxima semana, segundo o Palácio dos Bandeirantes.
As definições foram tomadas após uma sequência de críticas trocadas entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto. Eles divergiram sobre a oferta de ajuda. Cardozo afirma ter oferecido, desde julho, inteligência e transferência de presos. O secretário afirma não ter recebido proposta e diz que teve negado pedido de recursos na ordem de R$ 149 milhões para equipamentos.

Nesta tarde, Dilma e Alckmin definiram os primeiros passos para encerrar a polêmica. Segundo a assessoria do governo paulista, na conversa entre Dilma e Alckmin ficou definido que a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e Ministério da Justiça devem se reunir para definir quantos serão os detentos transferidos e para quais presídios serão levados.
Dilma e Alckmin acertaram que o acordo terá o mesmo status que parcerias para as obras de infraestrutura, habitação popular e combate à miséria. Ainda de acordo com o governo de São Paulo, será formado grupo de trabalho para estudar outros possíveis apoios.
Em Brasília, a informação sobre a conversa foi divulgada pela ministra da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Helena Chagas. Segundo a ministra, Alckmin aceitou o auxílio da União para reforçar a segurança no estado.

Reunião em São Paulo
Helena Chagas informou que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, irá a São Paulo na próxima semana para se reunir com integrantes do Palácio dos Bandeirantes e começar a delinear as estratégias da ação. Nesta conversa preliminar, os representantes das esferas federal e estadual irão debater o que é possível fazer para conter a ação dos criminosos.
“A situação [de violência] levou a presidente a ligar para o governador. O importante é prestar um serviço à população de São Paulo”, disse a ministra da Comunicação Social.
A conversa entre Dilma e Alckmin ocorreu por volta das 14h e foi breve, de acordo com a ministra. Helena afirmou que, no contato telefônico, a presidente e o governador não chegaram a tratar como se dará a força-tarefa.
A ministra ressaltou que a presidente e o governador não abordaram no telefonema a troca de críticas entre o ministro da Justiça e o secretário de Segurança Pública de São Paulo. De acordo com Helena, a conversa entre Dilma e Alckmin foi institucional. "A presidente não participa dessa troca de versões", disse.
Morte de PMs e aumento da criminalidade
Desde o começo do ano, 88 policiais militares foram executados em São Paulo. Ao longo do ano, o governo do estado também registrou aumento no índice de crimes contra a vida (homicídios dolosos e latrocínios), conforme balanços da Secretaria da Segurança Pública.

O Ministério Público apura se policiais militares estão envolvidos em mortes: há suspeitas de que agentes da lei descontentes com as mortes dos colegas formaram grupos de extermínio e milícias para revidar os ataques contra criminosos.

Fonte: G1

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