quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Carta aberta – SINDSEAP-RJ

Olá! Senhores;

Venho diante de todos os companheiros da área de segurança do Brasil, dar conta do por que o Rio assumiu uma postura defensiva no movimento de greve, ao qual se comprometera participar.
Antes de tudo quero dizer, que dentro da maioria de nós aqui no Rio, existe um guerreiro combalido e cabisbaixo. Por saber ter abandonado no campo de batalha, os irmãos nacionais em franco combate. Todavia, a vida é naturalmente cheia de nuances qual crepúsculo tanto o vespertino quanto o de um novo amanhecer. Onde a razão da beleza de cada um dependerá sempre de quão bela foi à noite ou o radiante e esplendoroso foi o dia.
Confesso que do auge de meus trinta e quatro anos de serviços, dos quais 15 como presidente e responsável pelo destino de minha briosa e honrada categoria, nunca tinha me visto numa situação tão difícil quanto a que me encontro agora. Não por eu ou meus companheiros de trabalho ter cometido algum grave erro. Mas, pelas circunstâncias em que nos encontramos, neste instante de nossa bela história classista, no Rio de Janeiro.
Capitulo nosso momento como de verdadeiros (REFÉNS DE UMA SITUAÇÃO DE FATO). Capaz de nos amordaçar e nos submeter aos caprichos do patrão governo. Situação esta que ultimou nossa saída humilhante, porém estratégica, do movimento. Pra que não permitíssemos, que o mal maior, sobrecaísse, sobre os inocentes guerreiros que tombariam sob o arbítrio covarde dos sem escrúpulos ou compromissos para com nossa briosa categoria.

DOS FATOS:


Durante a caminhada de mobilização de nosso movimento detectamos que a categoria estava absolutamente contrária a GREVE em suas áreas de ações especializadas (GRUPAMENTOS ESPECIAIS GIT, SOE, GSE, MURALHA E PORTARIA UNIFICADAS) e totalmente a favor em suas áreas de ações (MIÓLO E DIARISTAS). Embora na Assembleia de deliberação do movimento tenha sido unânime a decisão pela GREVE.
Tudo provocado pelo governo e por seus chefes que trataram de desestabilizar a consciência da categoria pela prática do terror psicológico, e financeiro, que só logrou êxito por haver hoje um terreno muito fértil para tal. Categoria subdividida em Grupamentos e interesses diversos, facultando ações e ainda um aumento, que infelizmente para o movimento, se integraliza neste mês. Possibilitando ao governo ações como:

DAS AMEAÇAS SEM FUNDAMENTOS:
01 - Se vocês entrarem em GREVE o governador irá sustar nosso aumento previsto pra esse mês de fevereiro, que irá integralizar nosso salário com os 26% restantes, que significará um reajuste de mais de mil reais em média;
02 – Quem fizer GREVE e tiver pistola acautelada, perderá a cautela e terá que devolver imediatamente;
03 – O Inspetor de qualquer Grupamento que fizer GREVE será transferido para turma e perderá sua gratificação de R$ 750,00 e a cautela da pistola 40, imediatamente;
04 – O critério de lotação nas isoladas distantes hoje é o de antiguidade. Porém poderia sofrer mudanças, para atender a necessidade da administração. Deixando claro, a possibilidade de volta da punição geográfica.
ETC.

DA AMEAÇA VERDADEIRA:

01 – O secretário mandou os diretores reunirem seus funcionários e comunicar que o governador se dispôs a resolver a questão do porte por Lei Estadual. Porém, se houver GREVE ele não fala mais no assunto, pois considera inimaginável um governo conceder porte de arma por pressão de categoria em GREVE.
 02 – O secretário pede que os chefes informe que o governador manda avisar que a categoria foi recepcionada em tudo que pediu até aqui dentro de sua possibilidade, mas havendo a GREVE, que não contem mais com sua boa vontade.
03– O secretário manda dizer que com a nova Lei fará novo espelho de carteira e que a atual será revogada, tornando-a sem validade. Mas, se tiver GREVE não terá a nova carteira nem a atual.
Meus caros! Essas foram às razões que fizeram os guerreiros do Rio, se curvar ao arbítrio. Pois, nos encontramos, repito, (refém de uma situação de fato). Capaz de nos submeter ao ímpio do patrão numa injusta correlação de forças que subverte o verdadeiro interesse da Administração Pública, numa correlação de força democrática dentro de um necessário exercício de direito de greve.

É importante frisar que não obstante a toda esta pressão, tivemos que levar em conta, ainda, os quase 80%, de companheiros que fazem bico e que ficariam a mercê da própria sorte, sem uma edição de Lei Estadual emergencial regrando o porte.
 Finalizando a trágica situação carioca, que objetivou o xeque-mate na correlação de forças, imposta pelo governo. Fomos surpreendidos por vários companheiros que nos encurralaram com a seguinte indagação: “Presidente! Se fizermos a greve o governador não fará a Lei que nos garantirá o porte fora de serviço. E se não derrubar o veto, objeto desta GREVE! O que o Sindicato fará, diante desta grave situação?”. Deixando claro que seriamos execrados por má condução dos destinos e dos interesses coletivos dos mesmos.
Senhores! Sou o que prego, corajoso e destemido diante do perigo e de qualquer ameaça qual seja, e continuo um árduo defensor de nossos mais profundos interesses de classe em nível nacional. E vos confesso! Ninguém há de ter sofrido mais do que eu, com esta humilhante ocorrência.
 Todavia, fui eleito pra decidir em nome de um todo sob juramento e sob o que regula nosso ordenamento estatutário. Jamais poderia me acovardar diante de uma situação que imponha discernimento lógico e racionalidade máxima, que exija ações a luz do direito, decisões e rápidas mesmo quando sob condições de risco e adversidades, quer sejam extraordinária ou emergencialmente.
 E juro! Foi o que fiz. Pois sei bem o tamanho do mal que nos traria, um movimento fracassado e desmoralizado no Rio, pondo em risco de morte a luta maior que pretendemos alavancar pela PEC – 308/04.
 Estejam certos que tal atitude, exigiu muito de mim, pois bradava em meu peito, no mais alto monte o espírito do guerreiro em confronto com sigo mesmo. Que a frente, via um exército marchando na fronte da batalha enquanto em sua retaguarda, descansava, em ar fresco, um contingente. Que lhe impôs a circunstância, guarnecer unido e preparado para um fatal combate.
 Rogo por suas compreensões e vos digo. Os Guerreiros Cariocas provaram inconteste, que não são covardes. E que esta ação, visou à possibilidade única de manter viva a nossa luta nacional. Já que somos nós aqui do Rio, quem mais sustenta essa batalha, tanto financeira quanto materialmente, sem demérito a ninguém.
Não poderia, pois, este presidente, permitir o risco de o governo fragilizar nossa credibilidade, jogando nossa base contra nossa instituição sindical, possibilitando-lhes sucesso no intento de desmoralizar e descredibilizar a diretoria por imputação de culpa pela não regulação do porte estadual.

Ação esta, que só virá em nosso encontro, fortalecendo-nos e nos capacitando para uma defesa de tese maior e melhor junto aos Parlamento Federal e demais instituições públicas ou privadas.

Explico que não me pronunciei antes, logo no dia da GREVE, por não querer desmotivar ou perturbar o bom andamento do movimento, qual fosse seu resultado. O qual reputamos vitorioso, cravando desde já nossos mais efusivos elogios a todos, indistintamente. Momento em que, humildemente, pedimos perdão aos irmãos nacionais por termos sido obrigados a deixar à luta num instante tão importante.

Creio ser importante lembrar, que por diversas vezes, o Rio foi abandonado sozinho a luta quando se fez presente por este presidente e/ou por seus pares em caravana, também sozinhos, como representante de nossa causa nacional. Não sendo justo agora, ser mal visto.

A nós cariocas nos resta, afiançar a todos, que saímos deste episódio com nosso orgulho arranhado, porém, muito mais fortes e unidos, pra um confronto fatal pela PEC-308, bandeira a qual, pretendemos fazer tremular no mais alto mastro do cume desta nação. É nossa promessa.
Por fim, cabe informar que o Rio, em Assembleia Geral Extraordinária, deliberou que a PEC-308/04, seja a bandeira de luta principal, já que só ela será capaz de nos conduzir a terra firme, fértil, e soberanamente digna e de nos tirar da grave situação em que nos encontramos no Rio e cremos, em outros tantos estados Brasil a fora.

Humildemente!
Francisco Rodrigues Rosa – Pelos Guerreiros Cariocas.

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