sábado, 26 de janeiro de 2013

Sexta joalheria vítima de bandidos em 5 meses

Conforme especialista, situação reflete nova realidade de Juiz de Fora, que se tornou violenta

Por Eduardo Valente

Mais uma joalheria foi assaltada nesta sexta-feira (25) em Juiz de Fora. Pela sexta vez, em apenas cinco meses, um estabelecimento desta natureza foi alvo da ação de bandidos, durante a manhã, na área central da cidade. O último caso foi registrado no dia 17 deste mês, quando um comerciante de 77 anos foi rendido e teve mais de R$ 10 mil em mercadorias roubadas. Na ação de ontem, ainda não há uma estimativa do prejuízo, mas segundo a proprietária da loja, que prefere não ser identificada, foram levados anéis, pulseiras e brincos do mostruário. O suspeito, que foi filmado pelo circuito de segurança da loja, anunciou o roubo a quatro funcionárias, ameaçando-as com um revólver preso na cintura. Elas foram obrigadas a colocar os produtos dentro de uma mala. Toda a ação durou um minuto e 20 segundos e só terminou após a proprietária, que estava na sobreloja, disparar o sistema de alarme do estabelecimento.
Para o coordenador do Núcleo de Estudos sobre Violência e Políticas de Controle Social da UFJF, André Moysés Gaio, roubos como o de ontem comprovam uma mudança do perfil da cidade. Segundo ele, Juiz de Fora se tornou uma cidade violenta. "Temos todos os tipos de crimes que há em municípios violentos, e esta alteração não é de agora, vem se agravando nos últimos quatro anos. A política de segurança pública deve ser absolutamente repensada. O Estado está preocupado com a Região Metropolitana de BH e esquece de investir em cidades do interior", avalia.
Conforme o especialista, mais grave é quando as autoridades policiais transferem a responsabilidade para a população, que se sente obrigada a investir, cada vez mais, em segurança privada e equipamentos de monitoramento. Gaio observa, também, o fato de, em muitas situações, como a de ontem, o assaltante não se preocupar em estar sendo filmado pelas câmeras. "Eles se sentem seguros porque têm sucesso em roubos anteriores do mesmo tipo. Pode até ser a mesma pessoa, mas aí depende de investigação policial." Os assaltos a joalherias na região central são investigados pela 7ª delegacia distrital. Segundo a Polícia Civil, não está descartada a possibilidade de haver relação entre os crimes.
Procurada pela Tribuna, a Polícia Militar, por meio da assessoria de imprensa do 2º Batalhão, informou em nota que, antes mesmo do crime ter sido registrado ontem, já estava sendo programada uma reunião com proprietários de joalherias no intuito de repassar orientações de autoproteção. O texto explicou que os militares da companhia, responsável pelo Centro, realizam policiamento "ostensivo e preventivo na região", com "visitas tranquilizadoras a estes estabelecimentos no intuito de verificar alguma fragilidade que a edificação e/ou estrutura possa ter." Em casos específicos, a PM sugere a instalação de dispositivos de segurança com intuito de "potencializar as ações". A Polícia Civil trabalha com objetivo de identificar o assaltante.

Olho vivo
Com objetivo de melhorar a sensação de segurança e reduzir os crimes contra o patrimônio, devem ser instaladas, ainda este semestre, 58 câmeras de monitoramento em Juiz de Fora. O projeto "Olho vivo" deve ser implementado nos bairros Alto dos Passos, Bom Pastor, São Mateus, Santa Luzia, Manoel Honório, São Pedro, Benfica, além do Centro, que deverá ter o maior número de dispositivos. O investimento é na ordem de R$ 4 milhões e é resultado de uma parceria entre PM e Prefeitura.

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