quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Jovem baleado diz que não percebeu ferimento

Por Sandra Zanella
 Uma das balas atingiu o rapaz de 24 anos embaixo do peito esquerdo e transfixou o corpo Um motoentregador de 24 anos foi baleado durante discussão no trânsito, na noite de segunda-feira (14), no Bairro Cascatinha, Zona Sul. O crime aconteceu nas imediações do cruzamento entre as avenidas Doutor Paulo Japiassu Coelho e Itamar Franco. Segundo a Polícia Militar, três tiros teriam sido disparados pelo motorista de uma caminhonete, supostamente uma Ford Ranger de cor escura. Uma das balas atingiu a vítima embaixo do peito esquerdo e transfixou o corpo, saindo pela mesma lateral do abdômen. A tentativa de homicídio chamou a atenção pela violência em um dos pontos mais movimentados da região, próximo a um shopping, e pela banalidade da motivação, além do risco oferecido a demais condutores e pedestres, que poderiam ter sido alvejados por balas perdidas. A vítima só percebeu que havia sido baleada quando chegou em casa, na Zona Sul, depois de ainda ter feito uma entrega. Ela foi medicada no Hospital de Pronto Socorro (HPS) e teve alta na mesma noite.
A briga de trânsito ocorreu por volta das 21h, quando o entregador de gás conduzia uma moto Honda e fazia a rotatória no cruzamento entre as duas avenidas para retornar à Cidade Alta. Ele teria tido sua trajetória fechada pela caminhonete, que subia a Itamar Franco e não teria obedecido à sinalização de parada obrigatória. O veículo teria esbarrado no botijão, que era transportado pela moto em um suporte. Diante da situação, o motociclista discutiu com o condutor, que teria sacado uma arma e atirado na direção do motoboy.
"Estava chovendo forte na hora. Eu desci da UFJF e entrei na rotatória do Cascatinha para voltar porque tinha que fazer mais uma entrega no São Pedro. Um rapaz veio com a Ranger e avançou o 'pare', batendo no botijão. Desequilibrei e xinguei o motorista. Ele andou uns cinco metros e disparou. Só ouvi o barulho, não senti nada", contou a vítima à Tribuna ontem. O jovem trabalha no depósito de gás da família e havia acabado de fazer uma entrega na Cidade Alta, mas precisou retornar após ser informado por telefone sobre uma nova solicitação. Como ainda estava com um botijão, ele fez a rotatória para seguir direto ao endereço.
Pai de dois filhos, de 6 meses e 6 anos, o jovem já havia voltado a fazer entregas ontem pela manhã, mas optou por acompanhar um condutor em uma picape, já que os ferimentos o impedem de conduzir a moto. Ele contou ter desconfiado na Cidade Alta que pudesse ter sido baleado, mas só constatou o ferimento ao chegar em casa. "Não estava doendo. Quando tirei o jaleco de borracha, que usava por causa da chuva, vi o uniforme do gás sujo de sangue e encontrei as duas perfurações." Apesar de ter transfixado o corpo, o projétil não atingiu nenhum órgão vital da vítima. "Fiquei assustado. Acho que nasci de novo", desabafou.
O pai da vítima, um comerciante, 52, contou ter orientado o filho a procurar o hospital e registrar boletim de ocorrência. "A esposa dele me chamou. Fui até a casa e vi que a bala havia entrado pela frente e vazado quase nas costas. Graças a Deus não aconteceu coisa pior." Ele disse estar assustado com a violência na cidade. "É complicado, porque só acontece com quem está trabalhando. Ele estava o dia inteiro fazendo entregas e acabou ficando irritado, batendo boca com o motorista. Como foi na hora da chuva, a rua estava menos movimentada, e ele nem conseguiu pegar a placa da caminhonete."
A PM foi acionada por volta das 22h40, quando a vítima já estava no HPS. Viaturas fizeram rastreamento, mas nenhum veículo suspeito foi encontrado, e ninguém foi preso. O caso seguiu para investigação na 1ª Delegacia de Polícia Civil.

Fonte: Tribuna 

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