quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Avó leva bolo recheado com celular para o neto no CERESP/JF

Por Guilherme Arêas
Bolo foi apreendido por policiais da 70ª Companhia da PM
Agentes penitenciárias do Ceresp apreenderam um bolo recheado com um celular que seria entregue a um detento, na tarde desta quarta-feira (13). O alimento foi levado pela avó do interno, uma idosa de 60 anos, que foi presa e encaminhada para a delegacia. O aparelho, a bateria do celular e dois carregadores - um deles artesanal -, estavam embrulhados em papel carbono e embalados com fitas adesivas pretas. As agentes penitenciárias responsáveis pela apreensão acreditam que o papel carbono tenha a função de dificultar a identificação do celular pela máquina de raio-x, uma vez que todo material entregue aos presos passa por esse procedimento. O Centro de Remanejamento do Sistema Prisional permite que, às terças e quartas-feiras, familiares pré-cadastrados levem sacolas com alimentos e produtos de higiene pessoal para os detentos. Segundo os funcionários, a idosa estava regularmente cadastrada.
Mesmo nada sendo detectado pelo raio-x, as agentes penitenciárias decidiram cortar o bolo para reforçar a revista, momento em que perceberam o volume no interior do alimento. "Pedimos aos familiares que levem apenas bolos simples, sem qualquer recheio, de preferência os industrializados. Este bolo estava embalado em um plástico de uma padaria, mas pode ser que tenha sido feito em casa", disse uma das agentes. A hipótese de o alimento ter sido assado já com o celular dentro não é descartada, uma vez que a fita adesiva que vedava o equipamento estava parcialmente derretida.
Após detectar o celular, os agentes acionaram a Polícia Militar, que encaminhou a idosa para a delegacia, em Santa Terezinha, onde foi feito um boletim de ocorrência. A suspeita teria dito aos agentes que apenas levou o bolo por orientação da própria filha, mãe do detento. A mulher também foi encaminhada à delegacia por policiais da 70ª Companhia da PM. As duas seriam ouvidas pelo delegado de plantão até a noite desta quarta-feira.
Conforme os agentes, pelo menos 30 mulheres teriam sido presas em todo o ano passado por tentarem fazer com que drogas, celulares ou outros objetos chegassem a internos do Ceresp.

Casos recentes
Em novembro, um detento foi pego quando tentava entrar no Ceresp com um aparelho de celular escondido no ânus, após retornar de um atendimento médico no HPS. Em maio, uma diarista de 26 anos foi presa em flagrante por tráfico de drogas depois de tentar entrar no Ceresp com entorpecentes escondidos no corpo. Durante a revista íntima, as agentes penitenciárias descobriram que a mulher portava duas porções de crack na vagina. A suspeita disse que havia sido procurada por um casal em sua residência, antes de visitar o namorado. A dupla teria oferecido R$ 200 pelo serviço. Ela foi presa e encaminhada à Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires.
Já em março, um advogado de 35 anos foi preso por suspeita de ter levado ao Ceresp um celular, com carregador, e seis porções de maconha que, supostamente, seriam entregues a um detento. O material foi encontrado por agentes penitenciários na lixeira do parlatório, após a saída do profissional. No local destinado à conversa entre as duas partes, os advogados não têm contato físico com os presos, já que há uma divisória de vidro. No entanto, a suspeita era de que outra pessoa fosse pegar os produtos e entregar ao destinatário.

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