sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Termina rebelião na penitenciária Nelson Hungria

Professora e agente penitenciário são libertados pelos presos


Detentos rebelados na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte libertaram na tarde desta sexta-feira (22) a professora e o agente penitenciário que eram mantidos reféns dentro da unidade prisional. A confirmação foi dada por militares do Batalhão de Choque e do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE). O motim durou cerca de 30 horas até a conquista da libertação dos detentos.
Conforme informações do Batalhão de Choque, os presos aceitaram o acordo feito em ata e assinado pelos representantes da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e advogados dos rebelados.
Ainda de acordo com os militares, a arma usada para manter os reféns em cárcere era de brinquedo.
Entre os pedidos feitos pelos rebelados detentos estão a não transferência de presos após o fim do motim, a liberação da visita de grávidas, a aceleração da revisão de penas e ainda serem tratados pelos nomes e não por números dentro da unidade prisional pelos agentes penitenciários.
Após serem soltos, Eliana da Silva Zeferino, de 48 anos e Renato André de Paula Siqueira, receberam atendimento médico ainda na unidade prisional. Após atendimento, as vítimas saíram da cadeia dentro de uma ambulância de resgate do Corpo de Bombeiros.
Durante entrevista coletiva, o susbsecretário de Administração Prisional (Suapi), Murilo Andrade disse que o motim estava sendo liderado por quatro detentos do pavilhão 1. No local haviam 102 presos.  Ainda segundo o subsecretário, para o fim da rebelião, o Comitê Gestor de Crise acordou os pedidos feitos pelos presos, em destaque está a integridade física dos presos e a investigação sobre a conduta do diretor da unidade prisional.
Após a soltura dos reféns, os militares do Batalhão de Choque, agentes penitenciários e militares do GATE realizaram a transferência dos detentos para o pavilhão 2.
Em nota, a  Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) informou que a rebelião havia terminado às 15h após reunião realizada entre o Comité Gestor de Crise e representantes dos detentos que aceitaram as mudanças dentro da Nelson Hungria.

Editoria de Arte /  O TEMPO
A ação
Depois de render a professora e o agente durante uma aula realizada na sala de ensino da penitenciária, um dos detentos envolvidos na rebelião usou um celular para ligar para a Rádio Itatiaia e se identificou como Daniel Augusto Cypriano, de 29 anos. Durante o contato telefônico com a equipe de reportagem da emissora, o preso alegou que o motim é feito como forma de reivindicação à proibição de visitas de mulheres grávidas e mudança nos horários para que os parentes vejam os detentos.
preso ainda reclamou de agressões e permitiu que a professora refém falasse com uma repórter. A vítima afirmou estar bem e, em seguida, Daniel exigiu a presença de toda a imprensa e do deputado Durval Ângelo (PT), que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG).
Ação orquestrada
Um ônibus foi incendiado na noite dessa quinta-feira (21), no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, na altura do bairro Califórnia, na região Noroeste da capital mineira. A suspeita é que a ação esteja relacionada com a rebelião, que já dura mais de 20 horas.
Editoria de Arte /  O TEMPO
De acordo com a Polícia Militar, dois homens armados invadiram o coletivo da linha 4501 e obrigaram o motorista, o trocador e a única passageira a descer do veículo. Em seguida, atearam fogo. Um deles entregou um bilhete ao motorista com a palavra “opressão”. A mesma palavra foi escrita no pátio da Nelson Hungria durante o dia.

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