quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Preso suspeito de ser o mandante de homicídio no Náutico

Comerciante de 31 anos que teve prisão temporária decretada teria dívida de R$ 18 mil com a vítima

Por Marcos Araújo e Sandra Zanella - TRIBUNA

Um comerciante de 31 anos teve a prisão temporária decretada por suspeita de ser o mentor intelectual do assassinato de Carlos Alberto Pacheco Videira Filho, 29, localizado morto, em uma estrada vicinal, no Bairro Náutico, Zona Norte, no último dia 20. A motivação para o crime, de acordo com o delegado Armando Avolio Neto, responsável pela apuração do caso, seria uma dívida no valor de R$ 18 mil. A quantia teria sido contraída pelo comerciante, em agosto de 2012, uma vez que a vítima, conhecida como Betão, atuaria com agiotagem. O delegado trabalha com a hipótese de execução, já que o rapaz perdeu a vida com um tiro nas costas, que atingiu seu coração. Outro ponto que leva a polícia a acreditar em crime encomendado seria o local onde foi praticado. "Era um lugar ermo no qual a vítima não costumava transitar. Ela foi levada para lá para ser morta", apontou Armando.
A investigação trabalha com a versão de que, na madrugada da execução, Betão teria ido até a casa do suspeito de ser o mandante do homicídio, na Rua Luiz Perry, no Centro, para o pagamento da dívida. Entretanto, após receber a quantia, um outro homem, a mando do suspeito, que aguardava do lado de fora a saída do rapaz, por volta de meia-noite, o teria abordado e o levado para o Náutico, onde foi morto, sendo o dinheiro recuperado.
Ao ser ouvido na delegacia, o suspeito teria dito que Carlos Alberto era seu amigo e que teria ido até sua residência, onde conversaram sobre o carnaval. Ainda como disse o delegado, o comerciante confirmou que tinha uma dívida com a vítima, mas que essa já havia sido quitada. Entretanto, policiais encontraram, no quarto de Betão, duas notas promissórias em nome do suposto mandante do assassinato. Elas seriam nos valores de R$ 12 mil e R$ 6 mil. O suspeito teve sua prisão decretada com prazo de 30 dias, sendo encaminhado para o Ceresp. Na quarta-feira da semana passada, ele já havia sido ouvido pela Polícia Civil, pois era apontado como a última pessoa que tivera contato com Betão. As apurações comprovaram que parte das informações prestadas, naquela ocasião, seria inverídica.
Outros participantes
Para o delegado Armando Avolio Neto, há outras pessoas envolvidas. "As investigações já estão trabalhando para realizar a prisão do suspeito de ser o executor da morte e outros possíveis autores intelectuais do assassinato", garantiu o policial. A apuração apontou que a vítima atuava há bastante tempo como agiota. "Contudo, ele era muito discreto, e nem sua família sabia dessa prática", informou o delegado, acrescentando que o comerciante preso já foi proprietário de loja do ramo de produtos ligados a lutas marciais. "A Polícia Civil não vai medir esforços para esclarecer qualquer tipo de homicídio. Estamos sensibilizados com o aumento do número desse crime na cidade e vamos trabalhar para contribuir com sua diminuição."
No início da investigação, a polícia chegou a pensar em latrocínio - roubo seguido de morte, uma vez que o veículo de Carlos Aberto estava sumido. Entretanto, na noite da última segunda-feira, o carro da vítima, um Golf preto 2009, modelo Sportline, foi localizado estacionado, na Rua Cidade do Sol, no bairro homônimo, Zona Norte. De acordo com o boletim de ocorrência da PM, o veículo estava com queixa de roubo e foi achado por volta das 22h30. O automóvel foi apreendido e levado para um depósito para ser periciado posteriormente.

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