DÉCIO AMORIM / GABRIELA SALES / VINÍCIUS D'OLIVEIRA
Após rebelião que durou 31 horas, os detentos da Penitenciária Nelson
Hungria, situada no bairro Nova Contagem, no município de Contagem, na
região metropolitana de Belo Horizonte, voltaram a receber visitas.
Segundo a a Subsecretaria de Administração Prisional (SUAPI), a
liberação da entrada de grávidas está normalizada, desde a manhã deste
sábado (23).
Todas as 90 celas do Pavilhão 1, onde os detentos rebelados do Complexo
Penitenciário Nelson Hungria estavam detidos, foram inspecionadas
durante todo o final da tarde e noite dessa sexta-feira (22). A
estrutura física foi checada, assim como objetos pessoais dos detentos,
como televisões e rádios, foram abertos para busca de materiais
ilícitos. Os presos, durante a transferência para o Pavilhão 2, também
passaram por revistas.
Foram encontrados seis celulares, 18 chips, oito baterias de telefones
celulares, 25 barras de ferro retiradas da estrutura do ala durante a
rebelião, quatro fones de ouvido e uma réplica de arma feita com sabão e
um marmitex.
Rebelião
Detentos rebelados na penitenciária Nelson Hungria libertaram na tarde
de sexta-feira (22) a professora e o agente penitenciário que eram
mantidos reféns dentro da unidade prisional. A confirmação foi dada por
militares do Batalhão de Choque e do Grupo de Ações Táticas Especiais
(GATE). O motim durou 31 horas até a conquista da libertação dos
detentos.
Conforme informações do Batalhão de Choque, os presos aceitaram o
acordo feito em ata e assinado pelos representantes da Secretaria de
Estado de Defesa Social (Seds), Ministério Público de Minas Gerais
(MPMG) e advogados dos rebelados.
Ainda de acordo com os militares, a arma usada para manter os reféns em cárcere era de brinquedo.
Entre os pedidos feitos pelos rebelados detentos estão a não
transferência de presos após o fim do motim, a liberação da visita de
grávidas, a aceleração da revisão de penas e ainda serem tratados pelos
nomes e não por números dentro da unidade prisional pelos agentes
penitenciários.
Após serem soltos, Eliana da Silva Zeferino, de 48 anos e Renato André
de Paula Siqueira, receberam atendimento médico ainda na unidade
prisional. Após atendimento, as vítimas saíram da cadeia dentro de uma
ambulância de resgate do Corpo de Bombeiros.
Durante entrevista coletiva, o susbsecretário de Administração
Prisional (Suapi), Murilo Andrade disse que o motim estava sendo
liderado por quatro detentos do pavilhão 1. No local haviam 102 presos.
Ainda segundo o subsecretário, para o fim da rebelião, o Comitê Gestor
de Crise acordou os pedidos feitos pelos presos, em destaque está a
integridade física dos presos e a investigação sobre a conduta do
diretor da unidade prisional.
Após a soltura dos reféns, os militares do Batalhão de Choque, agentes
penitenciários e militares do GATE realizaram a transferência dos
detentos para o pavilhão 2.
Em nota, a Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) informou
que a rebelião havia terminado às 15h após reunião realizada entre o
Comité Gestor de Crise e representantes dos detentos que aceitaram as
mudanças dentro da Nelson Hungria.
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