RIO DE JANEIRO. Cerca de 150 homens da Força Nacional de Segurança
Pública ocupam, desde as 11h de ontem, o morro Santo Amaro, no Catete,
zona Sul do Rio, em uma operação do governo federal para combater o
consumo de crack no país.
Lançado pela presidente Dilma Rousseff
em dezembro do ano passado, o plano já atua nos Estados de Alagoas,
Pernambuco e do Rio Grande do Sul. Porém, o Rio foi o primeiro Estado a
requisitar a presença da força nacional. Portaria publicada ontem no
"Diário Oficial da União" estipula prazo de permanência de 180 dias da
força no Rio, que pode ser prorrogado.
Questionada, a Secretaria
Nacional de Segurança Pública não informou quanto será gasto para manter
a tropa na cidade pelos próximos seis meses. A secretária nacional de
Segurança Pública, Regina Miki, acompanhou os trabalhos de ocupação.
Às
5h, policiais civis e militares entraram no morro, onde há uma das 11
cracolândias identificadas pela Secretaria Municipal de Assistência
Social (SMAS) do Rio. A escolha do local como sede do projeto-piloto de
combate ao crack foi feita com base em dados de inteligência da
Secretaria Estadual de Segurança.
Até o início da noite, 89
adultos e 11 adolescentes, a maioria usuários de drogas, foram acolhidos
pelas equipes da SMAS no morro e em bairros do entorno. Eles foram
encaminhados a abrigos da prefeitura.
Pioneiro no país, elaborado
pelo Ministério da Justiça, pelas secretarias Nacional de Políticas
sobre Drogas, de Segurança Pública, pelo governo estadual e pela
prefeitura, o projeto prevê uma série de iniciativas para combater o
crack e, principalmente, recuperar os dependentes para que possam ser
reinseridos na sociedade.
"A droga passou a atingir mais pessoas,
de diversos perfis, o que demanda uma ação integrada. Vamos instalar um
posto permanente no Santo Amaro, atendendo usuários e assistindo seus
parentes", afirmou o secretário municipal de Assistência Social, Rodrigo
Bethlem, coordenador do projeto no Rio.
Um contêiner ficará na
parte baixa da favela e dois serão instalados no alto. O atendimento
será estendido a toda a região. O projeto prevê que psicólogos,
assistentes sociais e educadores do município trabalhem 24 horas. Ao
menos 200 assistentes sociais, psicólogos e educadores prestarão
atendimento nos postos. Eles oferecerão aos moradores serviços como
encaminhamento para tratamento e acompanhamento de dependentes químicos,
cadastramento para programas e projetos sociais.
Também
participam da ocupação: o 2º Batalhão da Polícia Militar de Botafogo e
as Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente, de Combate às
Drogas, da Criança e Adolescente Vítima, além da 9ª DP (Catete).
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