sábado, 19 de maio de 2012

Força Nacional ocupa favela do Rio para combater o crack

RIO DE JANEIRO. Cerca de 150 homens da Força Nacional de Segurança Pública ocupam, desde as 11h de ontem, o morro Santo Amaro, no Catete, zona Sul do Rio, em uma operação do governo federal para combater o consumo de crack no país.

Lançado pela presidente Dilma Rousseff em dezembro do ano passado, o plano já atua nos Estados de Alagoas, Pernambuco e do Rio Grande do Sul. Porém, o Rio foi o primeiro Estado a requisitar a presença da força nacional. Portaria publicada ontem no "Diário Oficial da União" estipula prazo de permanência de 180 dias da força no Rio, que pode ser prorrogado.

Questionada, a Secretaria Nacional de Segurança Pública não informou quanto será gasto para manter a tropa na cidade pelos próximos seis meses. A secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, acompanhou os trabalhos de ocupação.

Às 5h, policiais civis e militares entraram no morro, onde há uma das 11 cracolândias identificadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) do Rio. A escolha do local como sede do projeto-piloto de combate ao crack foi feita com base em dados de inteligência da Secretaria Estadual de Segurança.

Até o início da noite, 89 adultos e 11 adolescentes, a maioria usuários de drogas, foram acolhidos pelas equipes da SMAS no morro e em bairros do entorno. Eles foram encaminhados a abrigos da prefeitura.

Pioneiro no país, elaborado pelo Ministério da Justiça, pelas secretarias Nacional de Políticas sobre Drogas, de Segurança Pública, pelo governo estadual e pela prefeitura, o projeto prevê uma série de iniciativas para combater o crack e, principalmente, recuperar os dependentes para que possam ser reinseridos na sociedade.

"A droga passou a atingir mais pessoas, de diversos perfis, o que demanda uma ação integrada. Vamos instalar um posto permanente no Santo Amaro, atendendo usuários e assistindo seus parentes", afirmou o secretário municipal de Assistência Social, Rodrigo Bethlem, coordenador do projeto no Rio.

Um contêiner ficará na parte baixa da favela e dois serão instalados no alto. O atendimento será estendido a toda a região. O projeto prevê que psicólogos, assistentes sociais e educadores do município trabalhem 24 horas. Ao menos 200 assistentes sociais, psicólogos e educadores prestarão atendimento nos postos. Eles oferecerão aos moradores serviços como encaminhamento para tratamento e acompanhamento de dependentes químicos, cadastramento para programas e projetos sociais.

Também participam da ocupação: o 2º Batalhão da Polícia Militar de Botafogo e as Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente, de Combate às Drogas, da Criança e Adolescente Vítima, além da 9ª DP (Catete).

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