Na abertura do evento, o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo
Ferraz, lembrou a evolução pela qual o sistema prisional passou nos
últimos anos. “Houve construção de mais de cem unidades e crescimento da
massa carcerária, mas o sistema tornou-se referência em respeito à
dignidade dos seres humanos. A preocupação com a sustentabilidade é um
passo adiante e coloca, mais uma vez, Minas Gerais à frente no processo
de humanização”, afirmou.
O Encontro foi promovido pelo Núcleo de Sustentabilidade e Ação Social
da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi). De acordo com o
subsecretário Murilo Andrade de Oliveira, o objetivo, com a criação do
Núcleo, era não só conscientizar as pessoas do sistema prisional, mas
também mostrar à sociedade todo o trabalho que o indivíduo privado de
liberdade pode desenvolver. “É importante que o preso saiba que é útil à
sociedade e que ele também pode trabalhar para melhorar o mundo em que
vive”, disse.
Exemplo
Hoje já existem diversas iniciativas sustentáveis no sistema prisional,
como coleta seletiva, recolhimento de pilhas e doação de alimentos a
instituições carentes. A ideia, no entanto, é ampliar as ações. “A ideia
foi extremamente feliz, extremamente atual, e, sem dúvida nenhuma,
temos que pensar a sustentabilidade em todas as atividades dos seres
humanos, como parte do negócio, não de forma periférica, mas como forma
de ter uma vida melhor”, declarou o presidente da Fundação Estadual do
Meio Ambiente (FEAM), Ilmar Bastos Santos.
Na Penitenciária José Maria Alkimin (PJMA), em Ribeirão das Neves, por
exemplo, os detentos trabalham na produção de sacolas recicláveis e de
verduras e legumes que são doados a instituições do município. Além
disso, utilizam garrafas pet para ornamentação do jardim e lavam para
vender, diariamente, cerca de quatro mil marmitas. Para o diretor da
unidade, Igor de Pinho Tavares, o encontro é um momento propício para se
pensar em novas iniciativas. “Minha expectativa é a melhor possível.
Através da troca de experiências, podemos implantar outras ações nas
unidades. O preso precisa saber que ele está inserido no conceito de
sustentabilidade”, disse.
Programação
A programação do Encontro, que aconteceu no Centro Mineiro de Referência
em Resíduos, em Belo Horizonte, mesclou palestras, depoimentos e
momentos de discussão. A primeira palestra foi ministrada pelo
superintendente da Fundação Professor Manoel Pedro Pimentel (FUNAP) de
São Paulo, Felipe Melo. Ele falou sobre o Centro de Desenvolvimento e
Reintegração Social de Mirandópolis, órgão inaugurado no sistema
prisional paulista em outubro de 2006.
Houve, também, um estudo de caso da coleta seletiva realizada no
Presídio Inspetor José Martinho Drummond, para avaliação da viabilidade
de implantação de um programa em outras unidades prisionais do Estado.
Em seguida, o diretor de prospecção da Viva Verde Ltda, Antônio Borges
Júnior, apresentou o projeto Florestas Inteligentes, implantado em
Tremembé, em São Paulo.
Também fez parte da programação o depoimento do detento Leandro
Aparecido Alves dos Santos, que cumpre pena no Presídio Floramar, em
Divinópolis, e trabalha na cooperativa de reciclagem do município.
Na parte da tarde, os temas discutidos foram a problemática ambiental
dos resíduos sólidos no meio ambiente, a inclusão social dos catadores e
a importância da coleta seletiva solidária. Para finalizar, houve
apresentação da bolsa de resíduos do Ambientação, programa de
comunicação e educação socioambiental coordenado pela Feam e
desenvolvido em parceria com as instituições públicas de Minas Gerais.
Crédito foto: José Carlos Paiva/ Imprensa MG
Fonte: SEDS/MG
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