domingo, 13 de maio de 2012

Tiros de helicóptero matam bandido mais procurado do RJ



 
Rio de janeiro. Uma operação policial feita na madrugada de ontem na favela da Coreia, em Bangu, acabou com a morte do traficante Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, 37. Ele dirigia um Renault Logan quando foi atingido nas costas e no joelho por tiros disparados por policiais civis que sobrevoavam a área num helicóptero.

Gravemente ferido, o criminoso foi socorrido por cúmplices. Ontem de manhã, no entanto, seu corpo foi encontrado dentro de um carro, em frente a uma escola em Bangu.

Depois da operação, o complexo de favelas de Senador Camará - do qual faz parte a comunidade da Coreia - foi ocupado por tempo indeterminado pela polícia.

Matemático era o bandido mais procurado do Estado do Rio de Janeiro, após as prisões de Antonio Bonfim Lopes, o Nem, e Fabiano Atanázio, o FB. No fim de abril, o Disque-Denúncia (2253-1177) aumentou a recompensa para quem passasse informações que levassem à sua prisão de R$ 3.000 para R$ 10 mil.

O criminoso era apontado pela Secretaria de Segurança como o principal chefe em liberdade de uma das maiores facções criminosas do Rio. Ele era investigado em 26 inquéritos e tinha 15 mandados de prisão expedidos pelos crimes de tráfico, associação para o tráfico e formação de quadrilha.

O criminoso herdou os pontos de venda de droga na região de Robson André da Silva, o Robinho Pinga, morto em 2007.

Segundo os policiais que participaram da ação comandada pela Polícia Federal, com apoio das polícias Civil e Militar, após ser baleado, o traficante perdeu a direção do carro e bateu num muro. Ferido, ele foi removido por cúmplices, que fizeram um torniquete improvisado na altura do joelho do bandido. Ele foi levado para dentro do complexo de Senador Camará.

Às 5h30, integrantes do 14º BPM, do Bope e do batalhão de Choque, que realizavam buscas na região, trocaram tiros com outros três integrantes da quadrilha que estavam em um Gol preto e fugiram ao serem abordados. Dentro do carro, abandonado em frente ao Colégio Estadual Professor Daltro Santos, em Bangu, foi encontrado o corpo de Matemático.

Em entrevista, Fernando Veloso, subchefe operacional da Polícia Civil, exaltou a parceria entre as três polícias e o Ministério Público. Depois de várias tentativas frustradas de prender Matemático, Veloso disse que a ação só foi desencadeada quando tiveram "segurança suficiente". "Essa operação mostra que o trabalho feito em cooperação entre polícia, Ministério Público e Justiça foi mais do que uma simples integração. Foi necessária muita entrega, pois a quadrilha era muito preparada. Estivemos perto de conseguir algumas vezes, mas somente agora tivemos a segurança suficiente".
Beltrame
Secretário diz que morte "não é troféu"
Rio de Janeiro. O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, procurou minimizar a importância da morte do traficante Márcio José Sabino Pereira, conhecido como Matemático.

Segundo ele, não se trata de um troféu nem de um emblema. "Não vejo com tanta importância essa morte. É um trabalho que a polícia já vem fazendo. O mais importante é retirar essas pessoas de circulação com a prisão delas e a retomada do território. Já prendemos muita gente, e não vejo essa morte como um troféu ou um emblema", disse Beltrame.

Para o secretário, é importante ressaltar o processo de ocupação das áreas antes dominadas pela criminalidade, prometido pela polícia e que vem acontecendo em várias comunidades, e a integração das polícias Civil, Militar e Federal. "A morte de Matemático é a soma dessas duas ações, que deixa os traficantes vulneráveis, e eles acabam presos", disse o secretário.

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