sábado, 7 de julho de 2012

Três Corações

Estado vai encerrar contrato com a Stillus em presídio

Acordo abrange 24 cadeias; governo alega que só nele há indício de fraude
Publicado no Jornal OTEMPO em 07/07/2012

JHONNY CAZETTA
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À espera de um parecer do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) sobre a investigação da suspeita de fraude em licitações e de superfaturamento em contratos entre a Stillus Alimentação e presídios mineiros, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que irá cancelar o contrato da empresa com o presídio de Três Corações, no Sul de Minas. Esse será o primeiro contrato encerrado com a empresa desde que as suspeitas vieram a público, em 26 de junho.

O governo tem 24 contratos com a Stillus para servir alimentação em presídios mineiros - eles representam um gasto de R$ 3,2 milhões por mês para os cofres estaduais, mas não se sabe o valor do contrato de Três Corações. As supostas irregularidades se tornaram públicas depois que o MPMG deflagrou a operação Laranja com Pequi. Contratos com prefeituras para o fornecimento de merenda escolar também estão sob suspeita.

A Seds informou, por meio de nota, que a rescisão de contrato com a Stillus se dará apenas em um presídio porque "ele foi o único processo citado com irregularidades pelo Ministério Público". Hoje, a empresa possui contratos com 24 das 129 unidades prisionais administradas pela Seds. Entre os sócios da Stillus está Alvimar de Oliveira Costa, o Alvimar Perrella, ex-presidente do Cruzeiro.

Sobre os outros presídios, a secretaria informou que "já iniciou um processo de auditagem para a identificação de possíveis problemas, não só nos contratos da Stillus com a Seds, como também em todos os contratos com as empresas citadas na investigação do MPMG". No entanto, até o momento, nenhuma irregularidade foi encontrada.

O outro lado. O advogado da empresa, Antônio Veloso Neto, se disse surpreso com a quebra de contrato. "Até hoje não tivemos como nos defender porque não conseguimos acesso à suposta investigação que está sendo realizada contra meus clientes. Estou trabalhando no escuro. Eles são inocentes", afirmou o defensor.

O promotor Eduardo Nepomuceno disse que não há prazo para a conclusão das investigações.
Com vencimento de prisão, três suspeitos são liberados
Na madrugada de ontem, os três últimos suspeitos presos em Minas pela operação Laranja com Pequi foram liberados do Presídio Regional de Montes Claros, no Norte do Estado. Athos Mameluque, vereador, Noélio Francisco de Oliveira, assessor da prefeitura, e João Batista Ferro, ex-secretário de Serviços Urbanos, estavam presos desde o último dia 26 pelo suposto envolvimento com irregularidades no fornecimento de merenda em 139 escolas.

De acordo com o Ministério Público, não cabe mais prorrogar a prisão temporária e, por enquanto, não é possível solicitar uma prisão preventiva dos suspeitos. Apontado como "cabeça" da fraude, o empresário Bruno Vidott está foragido e ainda é procurado pela polícia. (JC)

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