terça-feira, 17 de julho de 2012

ALMG recebe denúncia de cobrança indevida


Ex-funcionário diz que agência do BB em JF cobrou serviços sem autorização de clientes

Por Mariana Nicodemus
Um ex-funcionário do Banco do Brasil (BB) de Juiz de Fora denunciou nesta terça-feira (17), em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), prática abusiva que teria sido efetuada pela instituição financeira em Juiz de Fora no ano passado. Senhas de gerências teriam sido utilizadas para implantar pacotes de serviços de modo indiscriminado, por meio do disparo em massa de upgrades de tarifas, sem o consentimento dos clientes. Ainda não há informações sobre o número de consumidores lesados e a quantia total cobrada irregularmente.
De acordo com informações da ALMG, o funcionário aposentado do banco Orlando Ângelo Silva afirmou que, em maio do ano passado, o superintendente regional do BB teria solicitado aos gerentes que repassassem suas senhas pessoais. Considerando a prática ilegal, Orlando teria se recusado a entregar o código. Ele contou que, a partir de então, teria sido perseguido no trabalho. O ex-gerente disse ter sido assediado e obrigado a deixar o emprego após 28 anos de serviços prestados ao BB. Ainda segundo o funcionário, 20 gerentes teriam sido penalizados, após as primeiras denúncias, em agosto de 2011, com perda de comissão.
De acordo com a ALMG, o gerente jurídico regional do Banco do Brasil, Marcelo Vicente Pimenta, alegou, durante a audiência pública, que o corte da gratificação não teria sido retaliação, mas, sim, punição resultante de irregularidades descobertas no processo administrativo aberto para apurar o caso. Ele disse, ainda, que o superintendente regional seria o maior penalizado até o momento, e que todos os envolvidos já haviam tido direito à defesa. Como o processo ainda está em curso, ele lembrou que sanções já aplicadas podem ser revertidas até o final da análise.
Pimenta afirmou que "o banco repudia qualquer insinuação de que determina ou orienta funcionários a praticar ações que possam lesar o consumidor", mas, como o BB está presente em todos os municípios brasileiros e conta com quase 120 mil funcionários, é possível que ocorram desvios de conduta. Segundo representante do BB, os valores debitados serão estornados conforme os casos forem identificados. O superintendente regional de Governo do BB, Marcos Melo Frade, informou na ALMG que, desde setembro, o banco adota novas medidas para a implantação de pacotes de serviços, passando a exigir a assinatura eletrônica do cliente para efetivar a ação.
Presente na audiência, a diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Zona da Mata e Sul de Minas, Arcângela de Almeida Sales, disse à Tribuna que a entidade já estava ciente de parte das denúncias, e que a preocupação maior, no momento, é com a defesa dos funcionários. "Podem ter sido cometidos atos ilícitos, mas, há muito tempo, estamos denunciando a exigência de cumprimento de metas abusivas. Queremos que seja analisado se a ação partiu dos funcionários ou se foi forçada por assédio moral."
Reclamações
De acordo com dados do Procon de Juiz de Fora, foram protocoladas 257 reclamações contra o Banco do Brasil este ano, 31% - a mais que no mesmo período de 2011. "Já tínhamos alertado a população na semana passada sobre a necessidade de atenção em relação aos pacotes de serviços, para que não haja alteração de valores", destaca o superintendente do Procon JF, Carlos Alberto Gasparete. No Procon BH, o número de queixas contra a instituição chegou a 380 no primeiro semestre.

FONTE: TRIBUNA DE MINAS
IMAGEM: GOOGLE

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