sábado, 30 de junho de 2012

Transferência de delegados de Juiz de Fora é revogada

Decisão foi publicada no na edição de hoje do Diário Oficial de MG

A chefia da Polícia Civil de Minas Gerais tornou sem efeito os atos que determinaram, no último dia 7, a transferência dos delegados Rodolfo Ribeiro Rolli e Rodrigo Ribeiro Rolli para as delegacias de Ribeirão das Neves e Campo Belo. A publicação foi feita neste sábado, no Diário Oficial de Minas, "em cumprimento à decisão liminar, proferida pelo Juízo de Direito da Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Juiz de Fora". Os irmãos haviam recorrido, pedindo o cancelamento da decisão e, no dia 20, a Justiça determinou a permanência dos dois delegados nos quadros do 4º Departamento de Polícia Civil (DPC), em Juiz de Fora. A motivação da transferência, por excesso de contingente, havia causado estranheza, uma vez que o déficit de policiais civis na cidade chega a 220 servidores, segundo o sindicato da categoria.
Rodolfo Rolli comemorou a revogação dos atos. "A Justiça prevaleceu. Vivemos em um estado democrático de direito, no qual os atos do Executivo não podem ser feitos de maneira ditatorial. As decisões devem ser pautadas no princípio da constitucionalidade e do direito administrativo." Ele contou que seu irmão precisou ser internado na última quinta-feira. "Devido à pressão sofrida, ele desmaiou dentro da 2ª Delegacia de Polícia Civil. Parece que teve uma síncope neurológica ou cardíaca. Ele permanece hoje (ontem) internado na Santa Casa".
O delegado disse que suas famílias também foram afetadas com a situação. "Minha mãe já estava doente e piorou. Vamos entrar com ação de assédio moral contra o Estado, porque fomos prejudicados no nosso nome, na nossa moral e nossa dignidade."
Fonte: Tribuna de Minas

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Defesa Social inaugura Central Integrada de Escoltas em Juiz de Fora

Defesa Social inaugura Central Integrada de Escoltas em Juiz de Fora PDF Imprimir E-mail
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Otimizar os trabalhos do sistema prisional agilizando a transferência e o encaminhamento de presos para delegacias, hospitais e fóruns. Esse é o objetivo da Central Integrada de Escoltas do Sistema Prisional, inaugurada pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) na manhã desta quinta-feira (28.06), em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.

A partir de agora, um grupo especial de 90 agentes penitenciários, devidamente qualificados para o trabalho de escoltas e divididos em quatro equipes, ficará reunido em um mesmo espaço. Os agentes serão responsáveis pelo acompanhamento dos presos detidos nas quatro unidades prisionais da cidade – Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Juiz de Fora, Penitenciária José Edson Cavalieri, Penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires e Casa do Albergado José de Alencar Rogêdo. 
 
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Para o superintendente de segurança da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), André Luiz Teixeira Mourão, a integração das escoltas das unidades prisionais de Juiz de Fora traz muitos benefícios para o sistema. “Integrando as ações promovemos economia de gastos aos cofres públicos, por meio de trabalhos coordenados e estratégicos. Essa é a primeira Central Integrada de Escoltas do Sistema Prisional de Minas Gerais, mas a ideia é expandir o modelo. Em
Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, já estamos desenvolvendo um projeto semelhante”, ressaltou.

O diretor geral do Ceresp Juiz de Fora, Giovane de Moraes Gomes, explica que, anteriormente, um veículo se deslocava de uma unidade para transferir um único preso. “Agora, com a Central Integrada, teremos um aproveitamento de agentes e veículos para fazer as escoltas de forma estratégica”. Segundo o diretor, as obras de reforma do espaço contaram com o trabalho de nove detentos e com o apoio de toda a comunidade. “Para os reeducandos, não é apenas uma obra, mas uma oportunidade de ressocialização e uma contribuição para a sociedade”, completou. 
 
A Central Integrada de Escoltas vai funcionar na Praça Senador Teotônio Vilela, no bairro Vitorino Braga. O local, antiga sede da 135ª Companhia de Polícia Militar, foi cedido pela Prefeitura Municipal à Suapi, que fez a reforma e ampliação das instalações, de modo a adequar o espaço às normas do sistema prisional. Todos os agentes penitenciários que trabalharão na Central são efetivos e foram treinados e capacitados para as especificidades exigidas pelas diversas operações de escolta.
 
Presente na cerimônia de inauguração, o prefeito de Juiz de Fora, Custódio Mattos, assinou o decreto que outorga a seção de uso do espaço ao Sistema Prisional e comemorou a parceria da cidade com o Estado. “Não há separação de tarefas quando se trata do bem estar do cidadão juizforano. É nosso dever servir ao Estado sempre que possível”, destacou.
 
Durante a solenidade, membros da sociedade que colaboraram para a construção da Central receberam homenagens e alguns agentes penitenciários receberam medalhas de reconhecimento. Participaram também da cerimônia de inauguração o superintendente de Articulação e Gestão de Vagas da Suapi, Pabloneli de Souza, o diretor de segurança externa da Suapi, Luiz Fernando de Souza, o juiz da Vara de Execuções Criminais da Comarca de Juiz de Fora, Amaury de Lima e Souza, representantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros Militar, vereadores e empresários locais.
 
 
Funcionamento
 

escoltajf3.jpgA nova Central funcionará 24h por dia e vai contar com doze viaturas do sistema prisional de Minas Gerais disponíveis para conduzir os presos. Ao receber as solicitações, as equipes de agentes penitenciários serão direcionadas para as unidades, de onde farão as escoltas. A infraestrutura do novo espaço é composta por uma sala operacional estratégica, uma sala administrativa, duas salas de coordenação, alojamento para agentes masculinos e femininos, hotel de trânsito com seis vagas, copa, refeitório, sala de espera, almoxarifado e estacionamento. A Central Integrada de Escoltas será coordenada por dois agentes penitenciários de carreira, sendo Rafael Fernandes dos Reis o coordenador administrativo e Pedro Luciano Souza o coordenador operacional. 
 
 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Presos PMs de UPP da Mangueira suspeitos de extorsão a traficante

Comandante da UPP Mangueira/Tuiuti recebeu denúncia de moradores.
PMs são acusados de exigir R$ 3,5 mil para não levá-lo à delegacia.

Do G1 RJ


Doze policiais militares da UPP Mangueira/Tuiuti, Zona Norte do Rio de Janeiro, estão presos administrativamente por 72 horas no 4º BPM (São Cristóvão) após denúncia de moradores a respeito de uma suposta extorsão praticada por PMs da unidade contra um traficante local. A informação foi divulgada em nota pela Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, na tarde desta quarta-feira (27).
A denúncia foi recebida pelo comandante da UPP Mangueira/Tuiuti, capitão Leonardo Nogueira. Ao apurar a denúncia, o comandante verificou quais policiais estariam envolvidos nesta ocorrência e determinou que todos se apresentassem imediatamente à UPP.
Em depoimento aos policiais, familiares da suposta vítima de extorsão acusam os PMs de exigir a quantia de R$ 3,5 mil para não levá-los à delegacia após apreensão de drogas e dois celulares na residência. O material descrito pelos denunciantes ainda não foi encontrado.
Cinco PMs foram reconhecidos pela vítima e para garantir a isenção da investigação, o comando da UPP resolveu afastar outros sete policiais integrantes da mesma equipe. Leonardo Nogueira conduziu a ocorrência para a 1ª DPJM (Delegacia de Polícia Judiciária Militar), onde foi realizado registro e determinada a prisão administrativa dos policiais.
Os policiais já foram retirados do efetivo da UPP e movimentados para a Diretoria Geral de Pessoal (DGP).

Transferido para a Região Metropolitana de BH o diretor de presídio detido na Operação Laranja com Pequi

Roni Buzzeti foi exonerado horas após o cumprimento de prisão temporária
27/06/2012 19h13

ENZO MENEZES
SIGA EM: www.twitter.com.br/OTempoOnline
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FOTO: ALEX DE JESUS / O TEMPO
Documentos e computadores foram apreendidos na operação
Roni Buzzeti, diretor administrativo do Presídio de Três Corações, detido na Operação Laranja com Pequi, foi transferido para um presídio da Região Metropolitana de Belo Horizonte na tarde desta quarta (27). Ele foi levado para a Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, e está na companhia de outros detentos em uma ala reservada para agentes penitenciários e policiais.
Ele foi detido por suspeita de envolvimento em um esquema que superfaturava alimentos fornecidos para o sistema prisional e escolas. Na última terça (26), a Polícia Federal cumpriu outros sete mandados de prisão temporária. Buzetti foi exonerado do cargo, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Os contratos de empresas com o Governo serão auditados para analisar os indícios de fraude.
Uma das empresas investigadas é a Stillus Alimentação, de propriedade de Alvimar Perrella, ex-presidente do Cruzeiro. A empresa pode ter desviado até R$ 55 milhões no esquema.

Policias incineram uma tonelada de drogas apreendidas

Por Tribuna
Cerca de uma tonelada e meia de entorpecentes apreendidos nos anos de 2010 e 2011 em ações das polícias Militar e Civil foi incinerada, na manhã desta quarta-feira (25), em uma siderúrgica na Zona Norte da cidade. As drogas, entre elas maconha, cocaína, crack e ecstasy, foram colocadas em um caminhão-baú, em frente à sede da 1ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha. O veículo foi escoltado por cinco viaturas, que seguiram em comboio até a empresa. No local, o material foi queimado em uma caldeira. A manobra foi coordenada pelo Núcleo de Ações Operacionais (Naop) da Polícia Civil e contou com a participação de cerca de 20 policiais. Equipe da Vigilância Sanitária também participou da ação para acompanhar a incineração de medicamentos apreendidos ou vencidos.

terça-feira, 26 de junho de 2012

OPERAÇÃO LARANJA COM PEQUI

Diretor administrativo de presídio de Três Corações é exonerado
26/06/2012 20h10

ENZO MENEZES
SIGA EM: www.twitter.com.br/OTempoOnline

O diretor administrativo do Presídio de Três Corações, Roni Buzzeti, foi exonerado nesta terça (26). Ele está detido no Presídio de Varginha, no Sul de Minas, por suspeita de envolvimento em um esquema de fraude no fornecimento de alimentação para detentos.
Roni Buzzetti foi detido durante a manhã, em casa. Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), ele ficará detido na unidade por tempo indeterminado. A Polícia Civil ainda vai marcar uma data para seu depoimento. 
O Governo do Estado informou, por meio de nota, que vai auditar todos os contratos com empresas investigadas pela Operação Laranja com Pequi, que foram alvo de 35 mandados de busca e apreensão. As empresas Iso Engenharia, Bom Menu Comércio e Alimentação, Nutrição Refeições, Gaúcha Alimentação Coletiva e Gomes e Maciel Refeições Coletivas, fornecem alimentação para a Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi).
A nota oficial também cita a Stillus Alimentação, de propriedade de Alvimar Perrella, ex-presidente do Cruzeiro. O contrato com a empresa para fornecer alimentação na Cidade Administrativa, determinado em pregão eletrônico da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), previa o repasse de R$ 88 mil por mês. Ele ficou em vigência de novembro de 2010 a setembro de 2011, quando foi cancelado, segundo o Governo, amigavelmente entre as partes. 
 Policiais militares entraram na sede administrativa da empresa no começo da manhã. (Foto: O Tempo)

PM apreende 2 armas e 500 munições na Cidade Alta

Policias estavam cumprindo mandado de busca e apreensão, mas não encontraram a pessoa procurada. Homem e filho acabaram preso por posse ilegal de armamento

Por Tribuna
Duas armas e quase 500 munições foram apreendidas pela Polícia Militar, na manhã desta terça-feira (26), em uma casa no Bairro Novo Horizonte, na Cidade Alta. Policiais da 3ª Companhia de Missões Especiais (CME) seguiram com fiscais da Receita Estadual para uma residência na Rua Samambaia, a fim de cumprir mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça de Belo Horizonte. A manobra era parte de operação de combate a fraude em licitações, coordenada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), mas a pessoa alvo da ação não morava no endereço apontado no documento.
Quando chegaram ao local, os militares tocaram a campainha, mas não teriam sido atendidos e arrombaram o portão do imóvel. Em seguida, depararam com um comerciante, 62 anos, com uma espingarda calibre 12 em punho. Após ter informado o motivo da abordagem, os policiais prosseguiram as buscas e localizaram uma pistola calibre 45, de uso restrito, embaixo de um travesseiro no quarto do filho do primeiro homem. A arma estava carregada com sete munições. Na garagem, foi encontrada uma caixa de papelão com 436 cartuchos calibre 12 deflagrados. Ainda foram apreendidos cinco munições intactas do mesmo calibre, e outras 19 de 22.
O comerciante e o filho, 33, receberam voz de prisão em flagrante pela posse ilegal dos armamentos e foram conduzidos para a 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil. "A pessoa procurada pelo mandado não residia no local, contudo, os moradores foram flagrados com as armas e munições", explicou o policial que comandou a ação, tenente Vandersi Moreira.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Homicídios praticados por adolescentes crescem 13%

Crueldade de jovens chama a atenção em homicídios da região metropolitana
Publicado no Jornal OTEMPO em 25/06/2012
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LUCIENE CÂMARA
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FOTO: CHARLES DA SILVA DUARTE - 21.6.2012
Coração. Garotas que mataram e arrancaram o coração da amiga prestaram depoimento no fim da semana
Atrair a vítima para uma emboscada, surpreendê-la com uma facada no pescoço e só terminar a agressão após ter o coração do inimigo nas mãos. A crueldade foi praticada há quase um mês por duas adolescentes de 13 anos, assassinas confessas da amiga Fabíola Santos Correa, 12, no bairro Primavera, em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Elas se tornaram o exemplo mais evidente de uma geração cada vez mais marcada pela prática de crimes violentos.

Só em 2011, 36 homicídios foram praticados por menores de 18 anos na capital e na região metropolitana, o que representa um aumento de 13% em comparação com 2010, quando foram registradas 32 ocorrências. A maioria dos infratores (75,9%) tem entre 15 e 17 anos. As tentativas de homicídio também tiveram um salto de 25% no período, passando de 24 em 2010 para 30 no ano passado, de acordo com dados do Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional de Belo Horizonte (CIA-BH).

O que também chama a atenção é a premeditação e os requintes de crueldade. Em dezembro passado, Carolina (nome fictício), 14, foi encontrada em um terreno baldio de Betim, na região metropolitana, com metade do corpo queimado e 44 perfurações de faca. O atentado foi praticado por quatro vizinhas da vítima, sendo três adolescentes e uma jovem de 20 anos. Carolina sobreviveu, mas até hoje tenta apagar as marcas da violência.

Causas. A juíza da Vara Infracional da Infância e Juventude de Belo Horizonte, Valéria da Silva Rodrigues, acredita que os valores e as normas morais e sociais não estão sendo repassados aos jovens como deveria ser, o que resulta em violência. "Há uma total ausência desses ensinamentos".

Para a magistrada, que lida diariamente com os infratores, a causa maior da criminalidade entre adolescentes é a desestruturação familiar, associada ao próprio caráter do indivíduo. "Tudo depende da família, da formação que a pessoa recebe desde pequena e da própria índole dela", argumenta.

Outro fator é a associação de jovens com o tráfico de drogas, campeão no ranking de crimes mais praticados por adolescentes. Só em 2011, foram 1.978 ocorrências, um aumento de 5,9% em relação a 2009, quando ocorreram 1.868 casos. O uso de drogas também é frequente, com 1.300 registros no ano passado. "Quase todos os atos infracionais praticados por adolescentes têm as drogas como fator desencadeador", completa.

É o caso do crime praticado em São Joaquim de Bicas. As meninas confessaram para a polícia terem matado a amiga para evitar que ela delatasse seus namorados, que são traficantes na região, para facções inimigas. As três estavam sendo ameaçadas de morte por líderes do tráfico.

A psicóloga e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Andréa Guerra, acredita que os adolescentes, por estarem em uma fase de novidades e conflitos internos, correm mais riscos e resolvem, muitas vezes com atos violentos, o que poderia ser resolvido apenas com palavras. "Nada é mais humano do que o crime, e o adolescente está mais vulnerável", explica a especialista.

Carolina
Fuga. Carolina nunca mais voltou para casa, em Betim, depois de ser violentamente espancada por amigas. A família dela se mudou para outra cidade mineira e mantém o destino em sigilo por medo.
Doença ou distúrbio?
"Crueldade está inserida no cotidiano dos jovens"
Não é doença nem distúrbio. Para especialistas, a violência com requintes de crueldade empregada por adolescentes não é exclusiva dos crimes praticados por eles. "Trata-se de um sintoma social, que está presente na família, na escola, no trabalho", explica Pedro Castilho, psicólogo e psicanalista da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).

O agravante, segundo ele, é que a proximidade da criança e do adolescente com esse fenômeno pode ter efeitos drásticos. "Esse público está passando por um momento de construção de personalidade e de caráter, e ele pode se identificar com a violência".

Castilho acredita ainda que há um certo glamour nas ligações que envolvem o adolescente. "As relações na família, na escola, na igreja e no Estado estão cada vez mais frouxas. O que importa é o direito à transgressão", completou.

A psicóloga da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Andréa Guerra também defende que a violência não é motivada por uma tendência inata ou genética. "O que interfere são as marcas da história de cada um". Ela explica que é na juventude que a pessoa decide quem será na vida. "É comum os jovens aderirem a grupos e fortalecerem os comportamentos um do outro". (LC)
Jovens demonstram frieza após cometerem crimes
Antes do crime, adolescentes aparentemente normais, alegres e habituados a ficar horas na rua, entre amigos. Depois do fato consumado, tranquilidade e nenhum arrependimento. É assim que se revela o comportamento de jovens que cometem crimes violentos.

De acordo com a juíza da Vara Infracional da Infância e da Juventude de Belo Horizonte Valéria da Silva Rodrigues, os infratores, de um modo geral, não demonstram sentimento de tristeza.
"Eles não têm noção da gravidade e das consequências do ato, eles têm outra percepção da realidade", afirma.

Foi o que aparentou a dupla de São Joaquim de Bicas. "As duas contaram detalhes do crime sem nenhum pudor e ainda brincavam entre si", disse o delegado Enrique Solla. (LC)
FOTO: João Miranda
Capital. Fachada do centro de reeducação no bairro Horto, na região Leste; ele só recebe meninas
Deficiências
Unidades têm déficit de vagas
Número de jovens internados é 6,3% superior ao de vagas existentes
Luciene Câmara
Assim como o sistema prisional mineiro, que vivencia o caos da falta de estrutura e de segurança para abrigar os presos maiores de 18 anos, os centros de reabilitação social para adolescentes infratores do Estado também convivem com a precariedade. O número de jovens que precisam cumprir medidas socioeducativas de internação e semiliberdade é 6,3% superior à capacidade – há 1.334 internos para 1.255 vagas, um excedente de 79 pessoas. A carência pode fazer com que o atendimento de reeducação social dos adolescentes fique comprometido.

Filósofo e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Robson Sávio acredita que, com a lotação, os centros de reabilitação não conseguem oferecer atendimento individualizado aos infratores. "Há poucos funcionários para muitos internos e eles acabam apenas monitorando os adolescentes, pois não conseguem desenvolver ações educativas", explica Sávio.

Este cenário, para Sávio, é reflexo do modelo de punição que ainda prevalece no sistema de reabilitação. "A mentalidade é prender o jovem e não recuperá-lo. Sem o atendimento adequado, os internos voltam para a rua piores do que antes e caem no sistema prisional quando adultos", alerta.

A juíza da Vara Infracional da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, Valéria da Silva Rodrigues, explica que, embora as medidas socioeducativas de internação e semiliberdade acabem por representar uma punição para os jovens, que ficam privados de sua total liberdade, a execução dessas práticas só é permitida se houver o caráter educativo, conforme determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "Todas as medidas têm como princípio básico a educação para possibilitar a reintegração do jovem infrator na família e na sociedade", declara a magistrada.

O outro lado. A subsecretária de Atendimento às Medidas Socioeducativas do Estado, Camila Nicácio, foi procurada diversas vezes pela reportagem para comentar o assunto, mas não deu retorno. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou, por meio da assessoria de imprensa, que a meta do governo é criar 260 novas vagas para adolescentes infratores no sistema de reabilitação social até 2014.

Para isso, serão construídos três centros de internação, em Unaí, na região Noroeste, em Santana do Paraíso, no Vale do Aço, e em Lavras, no Sul de Minas. O primeiro a ficar pronto será o de Unaí, que deve ser entregue até junho de 2013. A unidade será também a primeira da região Noroeste, até então desassistida de centros. O investimento do governo nas obras é de R$ 11 milhões.

A Seds informou ainda que os centros de internação contam com ensino regular, cursos profissionalizantes, oficinas de arte e de cultura, além de práticas esportivas. Anualmente, são realizadas olimpíadas esportivas com os adolescentes. Há também, segundo o órgão, atendimentos com terapeutas ocupacionais, pedagogos, psicólogos, advogados, assistentes sociais, médicos e dentistas.
Promessa
Futuro. A Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase) informou que
está avaliando prédios já existentes na região metropolitana, Campo das Vertentes e Sul do Estado para propor a criação de novas unidades socioeducativas.
Brasil e mundo
Lei. A maioridade penal, fixada em 18 anos, é definida pelo artigo 228 da Constituição. Em países como EUA e Inglaterra não existe idade mínima para a aplicação de penas. Em Portugal e na Argentina, a maioridade penal ocorre aos 16 anos.
Congresso
Redução da idade penal está na pauta
Sempre que um crime violento envolvendo adolescentes vem a público, a discussão sobre a redução da maioridade penal volta a causar polêmica no Brasil. Hoje, tramitam no Congresso Nacional dois projetos que foram unificados propondo um plebiscito nas eleições deste ano. A ideia é que a população decida se o país deve ou não criminalizar jovens a partir dos 16 anos – e não aos 18, como funciona atualmente.

Um dos projetos é de 2003, do então deputado Robson Tuma. O outro foi protocolado, em outubro, por André Moura (PSC-SE). Ambos aguardam votação da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), que já teve parecer favorável do relator do projeto, o deputado
Efraim Filho (DEM-PB). "A maioridade penal pode sim ser passível de redução, se essa for a vontade expressa na consulta popular", avaliou Filho.

O projeto também será apreciado pelo plenário, mas ainda não há data definida. (LC)
Sem saída
Reincidência é de 31% entre os adolescentes
A reincidência de adolescentes no crime mostra que a violência na vida deles não é apenas ocasional, mas, sim, algo que permanece inserido em seu meio de convivência. Só em 2011, dos 8.842 infratores menores de 18 anos que sofreram medidas socioeducativas, 2.803 foram parar mais de uma vez na Justiça por prática de crimes ainda na adolescência. O número exclui os 267 jovens que tiveram o processo arquivado, o que soma um total de 9.109 entradas de adolescentes do Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional de Belo Horizonte (CIA-BH).

O resultado é uma reincidência de 31,7% em 2011, segundo dados do CIA-BH. Entre os reincidentes, 55,58% deles deram entrada duas vezes na polícia por conta de infrações, um total de 1.558 jovens. Outros 698 foram parar três vezes no CIA-BH só em 2011 e 300 repetiram atos infracionais pelo menos quatro vezes. Houve até um adolescente que reincidiu 13 vezes no ano, o recorde registrado no período, de acordo com os dados do centro de atendimento.

Para a juíza da Vara Infracional da Infância e da Juventude, Valéria da Silva Rodrigues, a repetição do infrator no crime não pode ser atribuída à ineficácia da medida aplicada e, sim, a outros problemas que envolvem a realidade do adolescente e ainda o que o poder público não consegue resolver. "A saída para a diminuição do envolvimento dos jovens na criminalidade é o investimento do Estado na prevenção da violência", finaliza a juíza. (LC)
OPORTUNIDADES DE RECUPERAÇÃO
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CONVITE ABERTO A TODOS ASP"S DE JUIZ DE FORA

NA PRÓXIMA QUINTA-FEIRA (28) DE JUNHO ÀS 10:00 HS, SERÁ INAUGURADA A 1ª CENTRAL INTEGRADA DE ESCOLTA DO PRISIONAL DE MINAS GERAIS!

Droga apreendida na rodoviária de JF pertencia ao PCC

Ação resultou na prisão de duas pessoas e apreensão de dois adolescentes. Menina de 16 anos chegou a JF com a droga dentro de duas malas

Por Sandra Zanella
Mais de 30kg de maconha e meio quilo de crack apreendidos no Terminal Rodoviário Miguel Mansur, na noite deste domingo (24), durante operação do Núcleo de Ações Operacionais (Naop) da Polícia Civil, seria da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). A droga foi trazida por uma adolescente paulista de 16 anos, e a operação resultou na prisão de uma mulher, 24 anos, moradora do Jardim Glória, região central, de um homem, 25, da Vila Olavo Costa, Zona Sudeste, e na apreensão de um garoto, 15, do mesmo bairro, e de adolescente que estava sendo usada pela quadrilha como mula.
Além dos entorpecentes, foram apreendidos quatro celulares, R$ 300, cinco munições calibre 22 encontradas na casa do homem, e uma moto Honda XRE 300, que foi usada por ele para seguir até o terminal, e dois capacetes.
Segundo a delegada titular do Naop, que comandou a operação, Sheila Oliveira, a garota usada como mula já havia sido apreendida em Juiz de Fora na última sexta-feira (23). Na ocasião, ela foi abordada por policiais militares quando estaria em atitude suspeita em um escadão da Olavo Costa. A adolescente portava cerca de R$ 1 mil, o que teria chamado a atenção da polícia. "Como ela não era da cidade e não tinha emprego, os policiais a conduziram para a delegacia, mas ela foi liberada neste dia."
O homem e a mulher flagrados como receptadores da droga na rodoviária tiveram o flagrante confirmado por tráfico e foram encaminhados para o Ceresp e Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, respectivamente. Já os adolescentes, foram apresentados à Vara da Infância e Juventude para acautelamento.
O chefe do 4º Departamento de Polícia Civil, Rogério de Melo Franco Assis Araújo, falou da importância do trabalho de inteligência da equipe, que seguiu a determinação da chefia da Polícia Civil de intensificar as ações de combate ao narcotráfico. Ele lembrou que há cerca de dez dias outras duas operações da Polícia Civil culminaram na apreensão de 36kg de cocaína nos municípios de Leopoldina e Ubá.

domingo, 24 de junho de 2012

QG é apontado como palco de tortura

Práticas de terror físico e psicológico no Quartel General da 4ª Região Militar são relembrados por presos políticos que ficaram detidos na unidade

Por DANIELA ARBEX E TÁSCIA SOUZA
Na versão oficial, Juiz de Fora foi o palco onde aconteceu a trama do golpe militar de 1964. Desde a semana passada, no entanto, quando veio a público o depoimento da presidente Dilma Roussef sobre os bastidores da tortura na cidade, os porões da ditadura deixaram a invisibilidade. As incômodas revelações trouxeram à tona outros rostos e nomes desconhecidos que somam centenas de depoimentos já analisados pela Comissão Especial de Indenização às Vítimas de Tortura em Minas (Ceivt). As narrações colocam o município entre os principais endereços de violência cometidas no país sob a custódia do estado. Além de Dilma, juiz-foranos que já receberam a indenização da Ceivt revelaram detalhes da rotina no Quartel General da 4ª Região Militar, o QG, para onde eram encaminhados presos políticos de todo o país à espera de julgamento. A Tribuna teve acesso a relatos de humilhação atribuídos ao mesmo local no qual a presidente aponta ter sido submetida a sessões de espancamento. As declarações colocam Juiz de Fora no alvo da Comissão da Verdade.
O professor Colatino Lopes Soares Filho, 63 anos, está entre os ex-militantes que declaram ter sido submetidos a tortura física e psicológica no QG, onde foi mantido por quase dois meses após ser preso, em 1968, sob a acusação de distribuir jornal de conteúdo subversivo. Com então 19 anos, Colatino respondia pela presidência da União Juizforana de Estudantes Secundaristas (Ujes), sendo um dos membros da Corrente, dissidência do PCB. Enquanto sua família foi informada que ele havia sido morto por "terroristas", o jovem permanecia incomunicável no QG. O desaparecimento do estudante ganhou repercussão nacional ao ser noticiado pelo Jornal do Brasil. "Fiquei dois meses no QG e, nos sete primeiros dias, fui mantido incomunicável. Lá, me colocaram nu durante várias noites, porque achavam que eu tinha ligação com o grupo do Carlos Marighela (líder da Ação Libertadora Nacional - ALN) e que eu pudesse saber onde ele estava. Primeiro, fui mantido na cela da Polícia do Exército, depois me levaram para a cela da frente (o corpo da guarda), onde tive que dormir no chão. Meu advogado, Winston Jones Paiva, chegou a solicitar que a cama que existia lá fosse colocada de volta. Os interrogatórios ocorriam à noite e, como estávamos ao lado do museu (Museu Mariano Procópio), podíamos gritar à vontade que ninguém ouviria. Enquanto estava sendo interrogado, levei uma correntada no rosto, além de ter tomado choques na região genital. Também passei pelo pau de arara. Fiz 20 anos no QG e 21 na Penitenciária de Linhares", revela o professor, que depois de Linhares foi transferido para Ribeirão das Neves.


Socos, chutes, choques e golpe do 'telefone'

Do mesmo grupo que Colatino, Antônio Rezende Guedes também foi levado para o QG. Denunciado pela Procuradoria Militar por crime contra a segurança nacional, Guedes foi preso em agosto de 68 com outros quatro jovens, depois que agentes da Polícia Federal encontraram na casa de um deles, José Salvati Filho, panfletos sobre luta armada e textos escritos por Ernesto Che Guevara, além de cópias de jornal produzido por Rogério de Campos Teixeira e distribuído por Colatino Lopes Soares Filho e Rodolfo Troiano, que mais tarde foi morto na guerrilha do Araguaia. Até o momento de sua prisão, Guedes se dividia entre a Faculdade de Engenharia Mecânica de Uberaba e o movimento estudantil em Juiz de Fora. No documento enviado à Comissão Estadual, em março de 2001, ele alegou ter sido submetido a diversas sessões de tortura que resultaram na perda de dois dentes incisivos, de um molar e na perfuração do tímpano, conforme documento publicado hoje pelo jornal (ver arte). Parte das agressões teriam ocorrido no QG, segundo declarou. Indenizado pela comissão, em 2002, Guedes, que era professor da UFJF, faleceu há dois anos. Em 2002, porém, quando sua história foi revelada, ele afirmou à Tribuna que sua vida foi destruída aos 19 anos de idade. "Este regime de abuso e autoridade desgraçou uma geração inteira. Muitos de nossos companheiros enlouqueceram. Tive a vida estraçalhada e sinto que sou marginalizado até hoje", disse na ocasião.
O granjeiro José Salvati Filho, hoje com 65 anos, ligado a Colatino e a Guedes, também foi levado para o QG em 1968, quando a Polícia Federal encontrou em imóvel que ele havia alugado, no Bairro Santa Luzia, panfletos distribuídos durante as passeatas de oposição à repressão. Ficou cerca de 30 dias preso no Exército, onde afirma ter ficado sob a mira de uma baioneta e sofrido com o método 'telefone' (golpe aplicado no ouvido com as mãos meio fechadas), fugindo para São Paulo antes de terminar o processo.
Lá integrou a Ação Popular Marxista-Leninista (AP), sendo preso por agentes do Deops/SP, onde sofreu choques elétricos e teve uma vértebra quebrada durante uma sessão de espancamento. "Sofri tortura no pau de arara e na cadeira do dragão, que era de chapa e estava ligada a um aparelho de televisão sem amperagem. Fui massacrado e tive uma vértebra fraturada." Em Juiz de Fora, Salvati ficou preso em Linhares entre 72 e 73. Na última prisão, em 1975, foi preso com a ex-mulher e a filha de três meses. "Temos o compromisso de contar a história do Brasil como ela é", disse.
O relato de Luiz Rogério Avelino Brandão é semelhante ao de Colatino. Ele era funcionário do Correio, em 1966, quando foi acusado de subversão, embora não estivesse ligado a partido político. "No QG, apanhei pelo método 'telefone', recebi choques na região genital e fui humilhado durante 15 dias. Tinha 21 anos e, apesar de ter sido absolvido por falta de provas, nunca mais consegui emprego formal. Minha vida foi um inferno", revelou Avelino à comissão mineira, em 2002, após ter sua história revelada pela Tribuna. Ele foi o primeiro da cidade a receber a indenização de R$ 30 mil. Faleceu quatro anos depois de ter o direito reconhecido.
O comando da 4ª Brigada de Infantaria Motorizada foi procurado, mas a Tribuna foi informada que deveria procurar a instituição em Brasília. A assessoria da capital federal, no entanto, não retornou o contato.

Homem é morto com 5 tiros na Vila Olavo Costa

Segundo perícia, vítima teria sido atingida por armas diferentes, sendo que um dos disparos foi feito à queima-roupa

Por Tribuna
Um mecânico, 32 anos, foi encontrado morto, no final da manhã de ontem, na Travessa Carneiro da Silva, no Bairro Vila Olavo Costa, na Zona Sudeste. Segundo a Polícia Militar, que registrou a ocorrência, Gilson Batista Carlos apresentava cinco perfurações de arma de fogo espalhadas pela região do tórax e na perna esquerda. O Samu foi acionado e, quando chegou ao bairro, constatou o óbito, por volta das 11h40.
De acordo com a perícia da Polícia Civil, o homem teria sido atingido por disparos de armas diferentes. Um dos tiros teria sido feito à queima-roupa. Seis cápsulas deflagradas foram encontradas próximas ao local onde a vítima estava caída. O material foi recolhido e apreendido. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde familiares do morto fizeram o reconhecimento. Entretanto, até o fim desta edição, a PM não havia divulgado a sua identidade e continuava em rastreamento para a localização de suspeitos de terem feito os disparos.
O caso de ontem foi o 37º homicídio registrado este ano em Juiz de Fora, conforme levante mento da Tribuna. Na última sexta-feira, um jovem, 19, foi assassinado com um tiro na cabeça, no Bairro Dom Bosco, na Cidade Alta. A vítima foi encontrada na Rua Gustavo Dodt. Conforme a PM, uma mulher, que teria fugido em um táxi, é a principal suspeita do crime. O homicídio está sendo investigado pela 2ª Delegacia de Polícia Civil.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

ALMG aprova reunião sobre contrato de agentes penitenciários

A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou, nesta terça-feira (19/6/12), requerimento para debater a situação contratual dos agentes penitenciários e socioeducativos que, de acordo com a Lei 18.185, de 2009, foram contratados por tempo determinado, com contratos cujos prazos estão próximos do fim. Solicitada pelo deputado Sargento Rodrigues (PDT), a audiência pretende discutir também a programação da Secretaria de Estado de Defesa Social para a realização do processo seletivo simplificado e de concursos públicos para provimento dos cargos dessa área.
De acordo com o parlamentar, a natureza contratual da relação dos servidores temporários com o Estado pode ser extraída do próprio texto constitucional, que prevê a contratação temporária de servidores por excepcional interesse público. No entanto, cabe à lei estabelecer características desse regime contratual, podendo determinar a aplicação a tais servidores por excepcional interesse público. “Cerca de 15 mil servidores estão na condição de contratados na área de defesa social. O debate sugerido é urgente para esclarecermos o tratamento que será dado a estes servidores”, declarou o deputado.
Além da aprovação da audiência pública, a comissão também aprovou manifestações de aplausos e pedidos de providências.

Ficha Limpa

Minas tem 486 nomes impedidos de se candidatarem

Documento será enviado aos TREs para barrar possíveis candidaturas
Publicado no Jornal OTEMPO em 20/06/2012
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GUSTAVO PRADO, ISABELLA LACERDA, LARISSA ARANTES E LUCAS PAVANELLI
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FOTO: CARLOS HUMBERTO/SCO/STF - 11.4.2012
Análise. Cármen Lúcia disse que caberá aos TREs decidir se irregularidades levarão à inelegibilidade
Minas Gerais é o quarto Estado no país em número de gestores públicos, ocupantes de cargos ou funções, que tiveram contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) durante o exercício da administração pública. A lista de nomes com impedimento na Justiça foi entregue ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para dar suporte às eleições municipais de outubro.

Do total, 486 nomes de mineiros aparecem no documento com alguma irregularidade, o que gerou um total de 682 processos no TCU - já que cada agente pode responder a mais de uma ação no órgão fiscalizador. Essas condenações impedem que os agentes públicos concorram nas eleições deste ano e por até oito anos a partir da decisão.

Entre os nomes de maior destaque estão o do deputado estadual e pré-candidato à Prefeitura de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Luiz Humberto Carneiro (PSDB); o do ex-secretário de Estado de Regularização Fundiária, Manoel da Silva Costa Júnior (PDT); o do ex-prefeito de Conceição do Mato Dentro, na região Central do Estado, Breno Costa (DEM), e o do ex-prefeito de Ipatinga, no Vale do Aço, Chico Ferramenta (PT).

No processo em que Carneiro foi condenado, ele teve a prestação de contas de um convênio da cooperativa da qual era presidente em Uberlândia rejeitada. "Isso é um processo que já foi julgado e encerrado há muito tempo. Já acionei meu advogado para saber porque me nome está incluído nessa lista", argumentou.

Costa, por sua vez, afirmou desconhecer o processo e disse que a decisão não o afeta, já que não é candidato. Já Chico Ferramenta explica que pede na Justiça que seja inocentado. "Mas isso não vai gerar problema porque não tenho pretensão de me candidatar". Breno Costa não foi localizado.

De acordo com o presidente do TCU, Benjamin Zymler, todos os nomes que aparecem no documento tiveram suas contas rejeitadas por irregularidades consideradas insanáveis e por decisão irrecorrível do órgão competente, ressalvados os casos em que a questão estiver sendo submetida à apreciação da Justiça ou que haja sentença judicial favorável ao interessado.
Agora, a listagem será encaminhada aos tribunais regionais eleitorais de cada Estado, uma vez que são eles os responsáveis pela análise dos pedidos de registro de candidatura.

Segundo a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, caberá à Justiça Eleitoral julgar se as rregularidades verificadas pelo TCU devem gerar a inelegibilidade. (Com Gustavo Prado e Lucas Pavanelli) Legislação
Nomes. A lista segue a lei das eleições que define 5 de julho do ano eleitoral como prazo para o TCU apresentar a relação dos agentes com contas reprovadas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 19 de junho de 2012

JORNAL TER NOTÍCIAS DESTACA

Cidade recebe primeira Central de Escolta Regionalizada de MG
Obras já estão em fase final. Inauguração está marcada para início do mês de julho
Por: Victor Machado    19/06/12 07:11h


Juiz de Fora vai receber a primeira Central Integrada de Escolta Prisional de Minas Gerais. A Central de Escolta funcionará na praça Senador Teotônio Vilela, no Bairro Vitorino Braga, onde funcionava a antiga sede da 135ª Companhia da Polícia Militar.
As obras já estão em fase final e a previsão de inauguração é para o início de julho. Ainda faltam o asfaltamento da rua de acesso ao local e a autorização governo do estado para a cerimônia de inauguração. As reformas no prédio começaram há três meses.
Na Central trabalharão 90 agentes do Sistema Prisional em regime de turnos, além de 15 viaturas. O local ficará aberto nas 24 horas do dia. “A Central faz parte da política de integração dos órgãos de segurança pública de Minas Gerais, além de ajudar na otimização de recursos do Governo. Ás vezes dois presos eram transferidos de um local para o outro e eram mobilizadas duas equipes e viaturas em horários diferentes, sendo que as transferências poderiam ser feitas juntas e diminuído os custos”, comentaram os coordenadores da Central, Pedro Luciano e Raphael Reis.
Além de centralizar o trabalho de escolta dos presos das unidades de Juiz de Fora e região, o local também ajudará a desafogar a delegacia de Santa Teresinha, pois terá uma área reservada para que policiais militares elaborem o Registro de Eventos de Defesa Social (REDS). “É importante destacar para a população que na Central não haverá presos. Eles serão buscados na unidade e levados para onde precisam ser levados. O prédio será apenas para os agentes, que terão à disposição vestiários, refeitório, e até alojamento, que serve também como hotel de trânsito para agentes de outras cidade que passam por aqui. É a centralização das ações”, afirma Reis.
Outro benefício que a instalação da Central pode trazer é a revitalização e a maior segurança na praça do Vitorino Braga. Depois que os agentes chegaram ao local, nos últimos três meses, 13 pessoas foram detidas com drogas e armas na praça. “A população está se sentindo mais segura e voltou a  usar a praça como opção de lazer. Ainda é preciso melhorar a iluminação, mas já estão pintando a quadra e fazendo algumas adequações”, afirmou o morador do bairro Rodrigo Vieira, de 32 anos. 
Instalações no Ceresp
O Centro de Remanejamento de Presos (CERESP) de Juiz de Fora ganhará uma sala reservada à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A inauguração ainda não tem data definida. As obras de construção das salas estão sendo realizadas pelos próprios detentos da unidade prisional e servirão para ampliar e melhorar as condições de atendimento ao preso. “O preso tem direito a entrevista reservada e orientações. Hoje existe esse atendimento no Ceresp, mas é de uma forma precária.”, comentou a defensora pública Luciana Gagliardi.
http://ternoticias.com.br/editorias/detal_noticias.php?id=5738&edi=1

Homem leva quatro tiros, mas acaba preso

Vítima tinha mandado de prisão em aberto. Suspeitos dos disparos não foram localizados

Por Tribuna
Um homem, de 31 anos, foi atingido por quatro tiros quando passava pela Rua José Paulino Sobrinho, no Bairro São Judas Tadeu, Zona Norte, na noite dessa segunda-feira (18). Segundo a vítima, os tiros teriam sido disparados por dois homens, que estavam em uma moto. O rapaz disse não conhecer os suspeitos nem saber o motivo do crime. Os suspeitos fugiram. A vítima foi atendida pelo Samu e encaminhada ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde ficou internada em observação, já que três balas ficaram alojadas no corpo do rapaz, sendo uma no glúteo, outra nas costas e uma na perna. Ao verificar dados da vítima, a PM constatou que havia um mandado de prisão expedido no dia 28 de maio deste ano. O homem foi preso em flagrante e ficou sob escolta no hospital.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Quatro pessoas são presas com mais de 400 kg de maconha em Patos de Minas



FOTO: DIVULGAÇÃO/POLÍCIA CIVIL
Maconha apreendida durante a operação policial
Cerca de 400kg de maconha foram apreendidas e quatro pessoas presas durante operação policial realizada em Patos de Minas, no Alto Paranaíba. A droga estava escondida em um Astra que fazia o transporte de Mato Grosso do Sul até Minas Gerais.
Segundo a Polícia Civil (PC), a quadrilha que estava sendo investigada havia seis meses. O grupo trazia a maconha de Ponta Porã com destino aos municípios do Triângulo Mineiro e o Alto Paranaíba. Ainda de acordo com a PC , a droga seria distribuída nas cidades de Uberlândia, Patos de Minas e em Patrocínio.
Para pegar a droga e os suspeitos, um cerco foi montado na divisa entre Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Durante a abordagem o carro que transportava a maconha capotou. Quatro pessoas foram presas. Os outros dois carros que faziam o comboio da droga conseguiram fugir.
A operação denominada de Fronteira contou com o auxilio dos policias civis e militares de Uberaba, Patos de Minas e Iturama e ocorreu no domingo (17). A droga e os quatro suspeitos foram encaminhados para a delegacia de Mato Grosso do Sul que ficará a cargo das investigações.

Novo Código Penal amplia opções para delação premiada

Por AE - Agencia Estado
Depois de sete meses e de enfrentar temas polêmicos como o aborto, a comissão de juristas criada responsável pelo anteprojeto de reforma do Código Penal encerrou nesta segunda seus trabalhos com uma proposta que obriga os juízes a cumprir acordo feito com o acusado que decidir colaborar voluntariamente para seu esclarecimento de um crime, no esquema conhecido como delação premiada.
Formada por procuradores, juízes, defensores públicos e advogados, a comissão foi presidida pelo ministro do Superior Tribunal Justiça (STJ), Gilson Dipp. O texto final, com mais de 300 páginas, será apresentado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no próximo dia 27.
Nesse período, a comissão ampliou as possibilidades para as autoridades apurarem e enquadrarem servidores públicos por crime de enriquecimento ilícito. A comissão aprovou também um texto que propõe o aumento das possibilidades para que uma mulher possa realizar abortos sem que a prática seja considerada crime. A principal inovação na legislação sobre aborto é que uma gestante poderá interromper a gravidez até 12 semanas de gestação, caso um médico ou psicólogo avalie que ela não tem condições "para arcar com a maternidade".
A intenção é a de que, para autorizar o aborto, seja necessário um laudo médico ou uma avaliação psicológica dentro de normas que serão regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina.
Nesta segunda, os juristas aprovaram uma proposta para remover os atuais obstáculos legais à comprovação do crime de embriaguez ao volante. Pelo texto aprovado, passa a ser crime dirigir sob visível influência do uso de álcool ou substância de efeito similar e bastará como prova desse delito o testemunho de terceiros, filmagens, fotografias ou exame clínico.
Depois que o texto for apresentado ao Senado, o texto começará a tramitar na Casa, onde poderá receber alterações. Em seguida, a matéria precisará seguir para a Câmara dos Deputados, onde já tramitam os projetos de reforma dos códigos Penal e Civil.

Polícia Civil apreende 36kg de cocaína na região

Drogas foram encontradas durante abordagem na BR-116, em Leopoldina

Por Tribuna
Material foi apreendido em abordagem na BR-116
Material foi apreendido em abordagem na BR-116
Trinta e seis quilos de cocaína foram apreendidos em operações da Polícia Civil desencadeadas em cidades da região. No sábado (16), 20kg do entorpecente foram encontrados dentro de dois veículos interceptados pelos policiais na BR-116, em Leopoldina. A abordagem aconteceu próximo ao posto de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), após investigação sobre o tráfico de drogas nesse trecho da rodovia. Dois homens foram presos em flagrante e encaminhados para a unidade prisional de Leopoldina.
De acordo com a assessoria do 4º Departamento de Polícia Civil, a ação foi comandada pelos delegados André Luiz de Oliveira Cardoso, Gisela Borges de Mattos e André Luis Dias Lima, sob coordenação do delegado regional, Paulo Henrique Marinho Goldstein, e supervisão do chefe do 4º Departamento, Rogério de Melo Franco Assis Araújo.
Já na última sexta-feira (15), policiais civis de Ubá e de Visconde do Rio Branco apreenderam 16kg de cocaína, além de objetos usados no comércio de drogas. A investida aconteceu em Ubá, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em um imóvel. Três homens foram autuados por tráfico. A manobra foi coordenada pelo delegado regional Marcus Vinícius de Paiva.

domingo, 17 de junho de 2012

ONU denuncia corrupção e controle de presídios brasileiros por facções criminosas

Daniella Jinkings - Repórter da Agência Brasil

Casos de corrupção de agentes penitenciários e a presença de grupos criminosos organizados nos presídios brasileiros preocupam o Subcomitê de Prevenção da Tortura (SPT) da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo relatório desse colegiado sobre tortura no Brasil, divulgado hoje (14), a prática de corrupção foi evidenciada pelo controle quase completo de certos locais de detenção pelos grupos do crime organizado.

No relatório, além de apontar os problemas e apresentar as denúncias quanto à situação do sistema carcerário nacional, o SPT também faz diversas recomendações ao país.

Para o SPT, os salários inadequados dos policiais são uma das causas originárias da corrupção. Em um dos casos citados pelo documento, detentos subornam policiais por R$10 mil para serem libertados e até mesmo para satisfação de necessidades básicas, como banho de sol. Além disso, há roubo de provas por policiais; pagamento, por parte dos familiares, para visitar os detentos; e pagamento em troca de proteção, entre outros.

Para evitar que a prática da corrupção nos presídios continue, o SPT recomendou ao Brasil a alocação de recursos orçamentários suficientes para garantir o pagamento apropriado das forças policiais, além de atenção com as denúncias. “O SPT recomenda investigação das alegações de corrupção e, nos casos em que se suspeite que um crime foi cometido, o encaminhamento de informação relevante ao Ministério Público”.

Ainda segundo o documento, “as autoridades competentes devem implementar políticas internas rigorosas, incluindo mecanismos de investigação e punição adequados, voltados para a erradicação da prática de transferir qualquer forma de autoridade sobre as instituições”, destaca o documento.

O subcomitê visitou os estados de Goiás, São Paulo, do Rio de Janeiro e Espírito Santo entre os dias 19 e 30 de setembro de 2011. Além de fazer visitas a 23 locais de detenção, como delegacias, prisões e unidades de internação socioeducativas, o SPT participou de reuniões com autoridades governamentais, com organismos do Sistema ONU no Brasil e com membros da sociedade civil.

Em quase todos os presídios visitados, o SPT notou a presença de grupos criminosos organizados. De acordo com o relatório, os prisioneiros eram mantidos em instalações ou alas separadas com base na facção criminosa a que eram filiados. No presídio masculino Ary Franco, na zona norte do Rio de Janeiro, os arquivos pessoais dos prisioneiros incluíam uma declaração assinada pelo detento, concordando em ser alocado em determinada ala, sob o controle de uma facção em particular e assumindo a responsabilidade por sua própria segurança.

“O SPT reitera sua preocupação e a recomendação, expressa pelo relator especial sobre Execuções Extrajudiciais, Sumárias e Arbitrárias, que prisões devem ser administradas pelos carcereiros e não pelos presos. A prática de forçar novos prisioneiros que nunca pertenceram a nenhuma gangue a escolher uma ao ingressar no sistema penitenciário é cruel e leva ao inchaço das gangues”, diz o relatório.

Segundo o SPT, a Polinter Grajaú, também no Rio de Janeiro, estava sob o controle de uma milícia. “O SPT ficou profundamente preocupado com a atmosfera tensa da Polinter Grajaú e com o modo pelo qual era administrada, assunto a qual se refere na seção III.E”. Detentos dos quatro estados visitados também informaram que o acesso aos serviços médicos era frequentemente prestado a critério dos guardas das prisões ou dos faxinas - detentos que trabalham para a instituição.

A Agência Brasil procurou o Ministério da Justiça e os governos do Rio de Janeiro, de Goiás, São Paulo e do Espírito Santo, mas ainda não obteve resposta.

Edição: Davi Oliveira

Fonte: EBC